João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Sabiam que louça dá cria?

Eu não sabia, fui descobrir agora, devido ao isolamento social gerado pela pandemia. No acerto de tarefas diárias de campanha aqui em casa, para mim coube: varrer e passar um pano no chão, colaborar na arrumação coletiva dos cômodos, limpar as calçadas da rua, alimentar cães e gatos, coletar cocos e outras nojeiras de bicho e lavar a louça, além de pequenos consertos hidráulicos, elétricos ou de qualquer outra ordem que porventura surjam. Barbada! Isso eu pensei na hora, antes de tomar conhecimento de que louça dá cria.

Diga-se, a meu favor, que a máquina de lavar louça queimou um pouco antes da pandemia e não julguei algo de necessidade comprar outra nesse momento. Sem luxos. Bom, então vamos lá: rotina diária cumprida todo dia e, quando chega na louça, lá está ela de novo. Mas eu já lavei tudo isso ontem? Sim, mas sujou de novo. Mas bah, quanta colherinha de café, essas parecem coelhos, se reproduzem de ninhada. Copos e xícaras, então? Pratos, travessas, pires? Potinhos! Ah, potinhos malditos! Garfos, facas, colheres de sopa, conchas... As panelas, justiça seja feita a elas, se revezam, dependendo do que foi o almoço e a janta. O pior de lavar são os talhares, aquela turba toda suja, engordurada, tendo que limpar um a um. Quando chega neles, a lavagem anda em câmera lenta, tipo kombi lotada subindo a serra. Mato no peito e guento firme o repucho do tirão seco, pois trato é trato. Acelera, kombi, acelera!

Esses dias veio uma colega de serviço da minha esposa aqui na frente de casa tratar algo com ela e apareci para dar uma socializada. E elas já estavam falando justamente disso, das tarefas dométicas durante a pandemia e a guria disse: - Eu aprendi agora que louça dá cria! Olhei-a com olhar solidário, ao que minha esposa respondeu: - Ah, aqui em casa é o João que lava, eu só sujo, fazendo a comida e comendo, eh eh eh eh. Foi a vez da guria me dirigir um olhar misto de solidariedade e de surpresa.

PS - A imagem não é lá de casa, é meramente ilustrativa, tá. Eu nunca deixei, ainda, chegar a esse ponto sem volta, eh eh eh eh.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 24/08/2020
Alterado em 24/08/2020
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