João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Lua amarela, laranja ou prata... O que tu acha?

Na segunda, ela veio amarela, tão bela, parecia aquarela. Na terça, nasceu laranja, tipo brincadeira de criança, feito coisa estranha. Ontem ela surgiu prata, sua cor exata, canção de longa data. Qual é, afinal, a cor da lua? Como ela surgirá esta noite?

Você para para reparar na lua? Um dia ela não vai mais estar lá, sumirá no espaço. Um dia nós também não estaremos mais aqui, é fato. Enquanto isso, nos encantemos com o astro, que tem nome feminino e que pega do sol - escondido - o seu brilho, emprestado. Eu coloco minha cadeira no pátio e, após o arrebol do findar do dia, quando já se foi o sol, espero essa guria. Observo-a, encantado, pensando nos mistérios e nos segredos da vida e em Deus. Todo o segredo e mistério que existe é esse momento, penso eu. A vida fluindo pelo corpo, o ar nos pulmões, os olhos mirando e os ouvidos atentos. Tudo é o mesmo milagre de sempre, nós - gente - somos o milagre que existe: estamos aqui e isso é tudo o que, de mais essencial, importa e basta. Existir é a dádiva essencial - viver, privilégio. E viver é sobreviver, correndo riscos calculados

Mas deixemos as divagações. A pergunta era: o que tu acha? Amarela, laranja ou prata? São três as opções, dadas pela lua na segunda, na terça e na quarta. Eu, que a acompanhei nessa semana, opino: cor de laranja! Chegou a dar um colorzinho de arrepio em mim, tanto que pedi, para fotografá-la, ao Claudinho e o Paim. A foto de cima é a do José, a de baixo, a do Silva. Na primeira está diluída; na segunda, mesmo escura, a cor como ela é. Eu fiz a minha escolha, livre. Faça a sua, você. A liberdade de escolha é a fé que faz crescer.

Não sei se, no futuro, lembrarei exatamente dessa lua laranja como ela foi no dia, mesmo olhando a foto, eis que a lembrança é uma imagem que varia e, quanto mais se vai adiante no tempo, adquire, cada vez mais, novas formas - recria. A memória é enganadora? Não, é poetisa! Refaz em prosa poética o cotidiano de nossa vida, tranformando o presente, no futuro, em passado imaginado, que não é de mentira, tampouco exato. Melhor assim.

Hoje a esperarei de novo. Só o amor dá cor pra vida. A lua, amorosa, se apresentou com uma diferente a cada dia. A lua é um anjo de Deus nos amando, dizendo-nos: - Estou aqui. Estamos, todos. Nós, ela e o que não vemos...




Prosa poética publicada no site do jornal Portal de Notícias.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 06/08/2020
Alterado em 06/08/2020
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