Bons conselhos numa terça de chuva e vento
Fim de tarde nessa terça-feira invernal com chuva e vento forte, devido ao anunciado ciclone extratropical que fustiga o Rio Grande e a Região Carbonífera. Acabo de vir, todo molhado, do pátio, onde estava dando uma reforçada na casa dos cachorros a fim de impedir que o vento os importune nessa noite que se avizinha longa. As gatas estão amontoadas umas sobre as outras na área de serviço, na cama delas.
O que fazer num dia como hoje? Ficar em casa, oras! Aliás, um motivo a mais para ficar em casa, além da recomendação de médicos, cientistas e autoridades governamentais contra a circulação do vírus. Café preto passado, feito na hora. Ligo a TV na emissora católica Pai Eterno no exato momento em que está iniciando uma mensagem do padre Zezinho. Escuto com atenção, claro. O padre Zezinho, o padre cantor e compositor, é uma das personalidades públicas da minha geração, uma das referências, está com 79 anos. Quem não conhece suas canções? Um certo galileu ("E o seu nome era Jesus de Nazaré"), Maria de Nazaré, Amar como Jesus amou e Oração pela família, dentre outras? Essas quatro eu recordo de cabeça, quando minha filha vem aqui em casa, vez por outra, ela as canta e eu a acompanho ao violão.
Então, como eu ia dizendo, lá estava o padre Zezinho, com sua voz pausada, esforçando-se para pronunciar bem certas palavras, dando uma mensagem de cinco minutos onde demonstrava que o coração continua amoroso e a mente lúcida. Dava conselhos sobre a pandemia que atravessamos. Ele é uma figura pública que, quando fala, ouço: "Irmãos, irmãs. Em tempo de graves pandemias convém ouvir mais do que opinar. Minha e sua opinião não devem passar por cima dos estudos dos cientistas, médicos, enfermeiros e policiais. Pais, mães e parentes, e pregadores da fé, farão bem em seguir os especialistas em saúde pública" - inicia, seguindo esse tom até o final. Dá ainda uma boa letra para outros: "O mesmo vale para políticos e comunicadores, e para jornalistas e colunistas que não estudaram saúde pública". Bom, padre Zezinho, de minha parte digo que já seguia o seu conselho antes mesmo de o receber e, agora, o seguirei mais ainda. Só escrevo e opino, acerca desse assunto, com base nos estudos médicos e epidemiológicos.
Uma outra boa audição no dia de hoje foi uma live conjunta entre a Federação Espírita Brasileira - FEB e a Federação Espírita do Distrito Federal - FEDF, onde o escritor kardecista Jaime Ribeiro (que eu não conhecia) falava sobre um tema que despertou meu interesse: Como praticar o amor ao próximo nas redes sociais. Essa lives são uma das coisas boas desse momento, onde podemos ver as pessoas de nossa família, da comunidade ou de setores específicos debatendo assuntos interessantes e úteis. Viva a tecnologia! Pois bem, Ribeiro é autor de dois livros, Empatia e Empatia Todo Dia. Sua fala na live vai nesse sentido, colocando que vivemos uma polarização afetiva que leva a desumanização do outro e, decorrentemente, à falta de empatia. Defende o diálogo contra a robotização das relações. A desumanização do outro é que leva ao ódio e a agressão virtual sem nenhuma empatia. Isso é o resumo do resumo, a ideia principal de uma live de hora e meia. Gostei bastante dela.
Não vou colocar links aqui, mas os interessados acham tanto a mensagem do padre Zezinho quanto a live de Ribeiro facinho no Google. Para mim foram bons conselhos numa terça-feira de chuva e vento. Abraço a todos. Fiquem em casa, fiquem com Deus.
Texto publicado no site do jornal Portal de Noticias: https://www.portaldenoticias.com.br/colunista/53/cronicas-artigos-joao-adolfo-guerreiro/