O sinal está vermelho para metade cidades da Região Cabonífera. Aliás, Arroio dos Ratos, Barão do Triunfo, Butiá e São Jerônimo saíram no recurso, enquanto Charqueadas, General Câmara, Minas do Leão e Triunfo permaneceram na bandeira vermelha, como "alto risco" nos critérios adotados pelo governo estadual. Eis a situação, numa região que não conta com UTIs em seus hospitais. No mais, acompanhamos a tendência de curva crescente da covid-19 no Rio Grande do Sul e no Brasil.
Esses 196 casos notificados na Região Carbonífera até ontem, se levarmos em conta a pesquisa da UFPel/Governo RS, que indica que a realidade pode ser 6x superior à notificação (devido a baixa testagem), podem corresponder a quase 1.200 casos reais no mesmo período. E ainda podemos nos considerar com sorte, pois em São Paulo, em pesquisa divulgada hoje, a realidade estimada é 10x maior que os números oficiais! Em suma: não podemos deixar esse grau de espalhamento do vírus, crescente, continuar na Região Carbonífera!
Em Charqueadas, a cidade com maior número de casos ativos da região no momento (17), a curva de crescimento é quase vertical, como mostram tabelas e gráficos publicados pela prefeitura ontem nas redes sociais. De 16 de março à 11 de maio, em quase dois meses, o municipio contabilizou 5 casos; de 11 de maio à 22 de junho, um mês e dez dias depois, somou mais 34 e registrou um óbito. Pelas conclusões dessa mesma pesquisa UFPel/Gov RS, esses 39 casos notificados podem corresponder a até 234 casos reais, escondidos pela subnotificação. Ainda analisando a postagem da prefeitura, podemos observar que pessoas em idade produtiva (de 20 a 49 anos) são a maioria dos casos testados e notificados (25), provavelmente inclusos no mercado de trabalho formal e informal; indivíduos do grupo de risco, acima dos 60 anos, vem a seguir, com 13 casos; abaixo de 10 anos, 1. Os jovens, grupo etário com maior possibilidade de não apresentar sintomas da doença, não aparecem nas estatísticas oficiais charqueadenses de notificação. Mulheres representam 64% dos casos.
O crescimento e a queda da contaminação dependem muito, sim, do comportamento do povo. É possível fazer um pico e uma curva negativa artificialmente, via o isolamento social, o uso de máscaras, o distanciamento social e a observância dos protocolos de entrada e saída de casa - higienizando-se roupas, calçados, pertences e produtos. Precisamos nos unir e construir uma curva decrescente!
Devemos seguir as recomendações do governo do RS e das prefeituras, não podemos deixar esse mal tomar conta da região e ceifar vidas queridas e amadas, temos de impedir que isso aconteça e que os hospitais entrem em colapso. Só sai pra rua, de máscara, quem vai trabalhar, os demais fiquem em casa. Vamos comprar no comércio de nossas cidades para ajudar a economia local, via online e tele-entrega, sempre que possível. Os governos tem de continuar com auxílios e isenções para que assalariados e empreendedores que tiverem de permanecer em casa não fiquem sem água, luz, alimento e remédio. E quem puder fazer caridade, ajudar quem precisa e auxiliar os hospitais, é a hora. O momento é de solidariedade total pela vida dos que amamos e pela vida de nossos conterrâneos.