João Adolfo Guerreiro
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Professoras 1x0 Governo

No dia de ontem, milhares de brigadianos, policiais civis, servidores penitenciários e demais categorias do serviço público estadual estiveram na Praça da Matriz para acompanhar as votações do "pacotaço" do governo Eduardo Leite (PSDB), que se restringia a apenas um projeto, o PLC 503/2019, visto que os demais, foi anunciado, ele retiraria para que tramitassem em janeiro do ano que vem na Assembleia Legislativa.

Mesmo com o conjunto do funcionalismo presente, e isso foi importante, não se pode perder de vista que o fundamental para a retirada do "pacotaço" foi a forte greve das professoras e o grande apoio que ela obteve da sociedade gaúcha como um todo, tal incidindo sobre a motivação política dos deputados. Sem ela, certamente, os projetos estariam sendo votados. E, para piorar o dia para o governo, a Justiça concedeu liminar para a ação da deputada Luciana Genro (PSol) solicitando a não votação do projeto que estava em pauta, por motivo de inconstitucionalidade. Assim, até ontem ao final da tarde, o deputado Luís Augusto Lara (PTB), presidente da AL, aguardava o governo retirar a urgência do projetos que ficaram acordados para janeiro e informava que a AL recorreria da decisão judicial referente ao PLC 503. Logo, a terça-feira anoiteceu com o placar de Professoras 1x0 Governo.

Todavia, esse é apenas o primeiro tempo de um jogo em andamento. Caso se mantenha a liminar contra o PLC e o governo confirme a retirada da urgência para os demais projetos, o segundo tempo ficará para o início de 2020 e, assim como no jogo que se desenrolava na mesma tarde entre Flamengo e Al-Hilal, no Qatar, pelo Mundial de Clubes, o governo pode, como os cariocas, virar o jogo na segunda etapa, após sair perdendo na primeira. Isso se daria visto que a força principal do funcionalismo, isto é, a greve do magistério, perderia ímpeto no início do ano, devido as férias escolares e o verão em andamento. Com os servidores jogando com dez em campo, o governo virá para cima com tudo.

Por outro lado, devido a torcida estar a favor do movimento paredista e 2020 ser ano eleitoral, o mais provável é que os deputados aprovem os projetos do paçotaço com várias mudanças no seu teor original, amenizando bastante seus efeitos sobre os servidores. A questão será, então, ver, dependendo de como os projetos forem aprovados, se o governo conseguirá uma golada (pouco provável), uma vitória simples ou se tudo terminará empatado. A vitória das professoras seria uma zebra, contudo não podemos esquecer que o Inter uma vez venceu o Barcelona num Mundial, assim como o Flamengo pode derrotar, na final desse ano, o favorito Liverpool (*).

Aguardemos o árbitro apitar o reinício da partida.


(*) - Isso, claro, se hoje o Monterrey, do México, não resolva ser o Mazembe da vez...
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 18/12/2019
Alterado em 18/12/2019
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