Ainda estou vivo, Phil Collins
Em conformidade com a campanha que, como dizem, está “viralizando nas redes sociais”, "#DêLivrosNoNatal”, vou indicar uma boa leitura para quem queira presentear alguém na faixa dos 40 aos 70 anos, com pouca margem de erro: a autobiografia do ator, baterista, cantor e compositor Phil Collins, “Ainda Estou Vivo” (Best Seller, 2018, 410 páginas).
Pouca chance de erro porque quem está nessa idade com certeza conheceu e curtiu alguma canção dele na banda de rock Genesis, iniciada nos anos 1970, ou solo, nas décadas de 1980/90. E nas duas o músico foi uma usina de hits: canções como Invisible Touch (um grande sucesso), Follow You Follow Me (adoro essa), That’s All, Mama (boa interpretação vocal de Collins), Home By The Sea (linda), e Land Of Confusion (cujo clipe é bem legal), na banda, e Agaisnt All Odds (“So take a look at me now...”, muito bonita), One More Night, In The Air Tonight, Another Day In Paradise (gosto dessa), Two Hearts e Sussudio, de sua carreira individual.
Nunca fui fã nem do Genesis ou do Collins a ponto de comprar um disco ou CD, mas apreciava uma canção ou outra, notadamente da banda, pois o marcante trabalho musical de Phil na década de 1980, quando fez enorme sucesso, era predominantemente de baladas açucaradas cheias de teclados, que nunca foram o meu gosto. “Mas então porque tu tá indicando o livro do cara, tchê?” Na verdade dois interesses me levaram a comprar e ler “Ainda Estou Vivo”, ver o que ele tinha a mencionar: primeiro, sobre sua participação no Live Aind, em 1985, especificamente acerca do fatídico show do Led Zeppelin, do qual ele “participou”; e, segundo, sobre como foi ser o produtor do primeiro disco solo da cantora do ABBA Anni-Frid, em 1982, de onde saiu o hit ‘I Know There's Something Going On” (outro que adoro).
Entretanto, ao passar os olhos atentamente pelas páginas da autobiografia, descobrimos uma história muito boa, visto que Collins viveu o mundo do rock britânico dos anos 1960 como fã e depois como músico, já nos 70. Há, para citar um exemplo, um causo hilário que ele relata, de quando o já ex-Beatle George Harrison lhe faz uma sacanagem daquelas. Ou então, já no lado pessoal, o seu primeiro divórcio, quando sua esposa, uma ex-namorada de infância em Londres, foge para o Canadá com o decorador da casa nova, enquanto ele está em turnê pelos EUA com o Genesis. Inclusive ele escreveu “Invisible Touch” pensando na sua ex-mulher, descornado. A letra da canção, depois da gente saber disso, ganha outro significado. Aliás, é interessante saber também das histórias e inspirações por trás de várias canções do Genesis e de Collins.
Em suma, recomendo o livro porque foi uma grata surpresa lê-lo, eis que oferece muito mais do que promete à primeira vista. Não sei se pessoas mais jovens, que tem pouca ou nenhuma relação com a carreira da banda ou do cantor, vão achar legal, mas leitores na faixa etária indicada vão achá-lo interessante. Fica a dica.
PS – Todavia, priorize o amor ao próximo nesse Natal, sendo comedido para não cair na farra comercial típica dessa época do ano, o que não tem nada a ver com um verdadeiro “espírito natalino”, eis que o Natal é uma data convencionada com o objetivo de representar o nascimento de Jesus, aquele que, justamente, disse “amar o próximo como a ti mesmo”.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 18/12/2018
Alterado em 18/12/2018