Neste sábado, 21 de abril, Dia de Tiradentes, presidido pelo senhor Miguel Leão, retoma suas atividades o Clube Tiradentes, após meses em reforma. Com capacidade para 1.058 pessoas, o prédio emblemático do Centro de Charqueadas tem sua revitalização muito bem-vinda, num projeto do arquiteto Cláudio José Cidade.
Em seus 61 anos de funcionamento, o clube tem importância e significado ímpares para a sociabilidade da cidade. Quanto namoro e casamento já iniciaram em suas festas, bailes e eventos? Quanta história muita gente tem para contar tendo o clube como cenário? Mas bah, tchê!
Eu lembro, e o pessoal da minha geração também, do famoso 40 Graus. Inesquecível! Recordo igualmente dos shows de rock do início dos anos 1980. Teve um do De Falla onde o Edu K subiu ao palco com um assento de WC pendurado no pescoço e, lá pelo meio do “espetáculo”, baixou o calção. Achei uma porcaria aquele show, nada a ver com o som do LP deles, onde estava a ótima canção Não Me Mande Flores. Outro show, esse muito legal, foi o dos Replicantes, ainda com o Wander Wildner nos vocais, formação original da banda hardcore, no auge dos caras. Esses sim, detonaram! Teve também um baile com o saudoso Ricardo Barão, que apresentava o programa Central Rock na Ipanema FM. Naquela noite ele levou o compacto dos Replicantes recém lançado, com quatro canções. Muito bom. Isso só para falar algumas coisas, sem se estender muito nas memórias para não cansar os leitores. Ah, alguns jantares do Grêmio que o consulado realizou no clube! A propósito, ficou lindo o clube todo em tricolor, em tons de azul, cinza e branco, com uns pilares vermelhos ali, mas que não chegam a estragar o visual (brincaderinha, eh eh eh eh), pelo contrário, já que representam as belas cores do clube.
Eu tive o prazer de, a pedido da Escola de Samba Brotinhos, compor o samba enredo de 2007 para o desfile naquele carnaval, justamente ano do cinquentenário do Tiradentes. Os músicos que o interpretaram alteraram bastante a letra e a melodia original que compus (http://www.souzaguerreiro.com/visualizar.php?idt=391448), não sei se alguém ainda tem esse samba gravado em áudio ou vídeo. Eu havia composto também um sobre as Olimpíadas na Grécia para a escola, anteriormente, mas esse eu não tenho mais o registro da letra. Só recordo do refrão: “As Olimpíadas, as Olimpíadas, canta Brotinhos, com amor e harmonia”.
Bom, como estamos falando na história do Clube Tiradentes, se retrocedermos bem, constataremos que ele possui 65 anos de existência, desde que levemos em conta que o mesmo iniciou como Clube Tabajara, em 1º de setembro de 1953, localizado próximo às margens do Rio Jacuí. Foi em 21 de abril de 1957 que a entidade passou a se chamar de Tiradentes e se transferiu para o local onde até hoje permanece, terreno doado pelo antigo CADEM, companhia mineradora. Podemos ver literalmente o que o historiador local, Saldino Pires, relata sobre sua inauguração na página 94 de seu referencial livro Charqueadas - sua origem, sua história, sua gente:
“Nesse dia, houve desfile do Grupo Escolar, banda de música, carros alegóricos, foguetes, faixas com inscrições alusivas ao mártir da independência e ao novo clube que surgia. O cortejo saiu do antigo Tabajara (esse local, hoje, pertence a Assoc. dos Func. da Eletrosul) e foi até a Av. Bento Gonçalves para o ato de lançamento da pedra fundamental do novo clube. Somente dez anos depois, em 1967, que os sócios do Clube Tiradentes ocuparam o novo prédio”.
Era isso. Muito bom ver o clube ressurgindo, belo e vigoroso no Centro de Charqueadas, presenteando sua comunidade. Parabéns ao presidente e a sua diretoria.
PS – Como sábado será, obviamente, Dia de Tiradentes, o mártir da Inconfidência Mineira, sugiro o vídeo que o historiador gaúcho Eduardo “Peninha” Bueno postou em seu canal no YouTube, Buenas Ideias, sobre esse grande personagem da história brasileira. O vídeo é excelente, você aprende e ri muito ao mesmo tempo: A história por trás de Tiradentes (https://www.youtube.com/watch?v=dKXwQHCDV4Q).