Tex em Carazinho

Quando você chega sexta à noite numa cidade distante a fim de participar de um encontro de fãs de Tex e Zagor e é recepcionado, ao descer do ônibus, pelo organizador, devidamente caracterizado como Kit Carson (e sendo praticamente um sósia deste), você tem certeza que veio ao local certo e que o fim de semana promete. Foi o que aconteceu dia 14 em Carazinho.

Carazinho, terra do Brizola e do galeto com massa, é uma cidade de 60 mil habitantes, distante 280 km de Porto Alegre e situada na região noroeste do estado, nos dias 15 e 16 de outubro sediou o III Encontro Regional Sul dos Fãs Clubes de Tex e Zagor – Brasil, no CTG Unidos pela Tradição. Primeiramente, cabe ressaltar que Carazinho merece o epíteto de “capital da hospitalidade”: ô cidade de pessoas educadas e atenciosas, que tratam a gente bem em qualquer lugar que se vá. O organizador do evento, Edemar “Kit Carson” Schnornberger, é um exemplo típico, junto com suas simpáticas filhas Carol e Brenda.

O público do encontro, predominantemente masculino e acima dos 35 anos, trocava e vendia gibis raros e memorabilia, principalmente as estátuas importadas dos personagens de Tex, da Hachette, autorizadas pela Sergio Bonelli Editore. Aliás, pra quem ainda não sabe, Tex Willer foi criado em setembro de 1948 pelos italianos Gian Luigi Bonelli (roteirista) e Aurélio Gallepini (desenhista), sendo que, no Brasil, começou a circular em 1951, na Revista Júnior, indo até 1957. Voltou ao mercado brasileiro de gibis em 1971 pela Editora Vecchi. Já foi publicado pela RGE e Globo. Mantém uma circulação ininterrupta até hoje, sendo atualmente um título pertencente à Editora Mythos.

Tex é um ranger do Texas e agente indígena da tribo dos navajos, no Arizona, da qual também é o chefe (para entender o motivo, tem de ler o gibi) e, por esses, chamado de Águia da Noite. Junto com seus “pards” Kit Karson (ranger), Jack Tigre (índio navajo) e Kit Willer (seu filho), eles combatem todo tipo de criminoso. É algo tipo um Esquadrão Classe A do velho oeste (final do século XIX), à italiana. Já a outra publicação, Zagor (O Espírito da Machadinha), também da Mythos, é sobre o personagem homônimo criado pelo filho de Gian Luigi, Sergio Bonelli, cujas histórias são ambientadas num período histórico anterior ao do ranger.

Durante o evento, além de comer um excelente galeto com massa (realmente, o pessoal é fera nisso por aqui) e comprar gibis, conhecemos muitas pessoas interessantes: o comunicativo baiano Jesse Bicodepena, presidente do Clube Tex Brasil, sempre caracterizado com o chapéu e a camisa amarela do herói; Adão Àvila, presidente do Texas Riders - Tex Motoclube, com seu grupo de motoqueiros (que, inclusive, virão no encontro de motociclistas aqui em Charqueadas, mês que vem); o desenhista Welington Weimann, de Carazinho, um jovem de muito talento; o baterista Zagor Bianchi, que leva o nome devido à paixão de seu pai, Pedro Bianchi, pelo Espírito da Machadinha; além de colecionadores como Valderi Neitzke, Miguel Zinelli, Luciano Affen, Rodrigo Kurschner, Marcelo Tajes, Ary Canabarro, Emerson Cruz, Sandro Piola, Celso Cenci,Verlei Merlo, Antônio Baldini, Neimar Nunes e Nadir Dutra.

Um grande evento. Só entende quem curte ler gibi. Valeu Carazinho.