João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
Textos
Ramiro Barcellos, charqueador!
Para quem é nascido e criado na Colônia Penal, Ramiro Fortes de Barcellos é um nome conhecido. Quando eu e o Eduardo “Gó”, filho mais novo do seu Caroço e da dona Eraida, brincávamos na parte desabitada do “Casarão”, nos anos 1970, já sabíamos que havia sido residência deste. O nome da casa, sede da charqueada Meridional, era Solar dos Barcellos, demolida na década de 1980.
O ilustre médico, político, escritor, jornalista e charqueador também dava nome a escola primária da vila, onde estudávamos. Quando passávamos pelo corredor interno do prédio antigo do colégio (o segundo mais velho da cidade, de 1941) e a porta da sala da dona Chiquita (a diretora) estava aberta, dava para ver a foto dele na parede, ao fundo. É a mesma que ilustra esse texto.
Ramiro Barcellos nasceu na cidade de Cachoeira do Sul, em 23 de agosto de 1851. Foi cursar medicina no Rio de Janeiro e, ao voltar, casou e viajou para a Europa (Alemanha, França e Inglaterra), onde aprofundou seus estudos. Tornou-se um personagem importante da sociedade gaúcha no fim do século XIX e início do XX: como médico, foi cirurgião-chefe da Santa Casa de Misericórdia; como político, foi deputado provincial, diplomata, senador, secretário de estado e membro do Partido Republicano; como jornalista, um dos fundadores do jornal A Federação, órgão oficial do PR; como literato, foi autor, em 1915, de um clássico da literatura gaúcha, o livro Antônio Chimango, que escreveu sob o pseudônimo de Amaro Juvenal, onde satirizava Borges de Medeiros, então presidente do estado.
Sua biografia se cruza com a história de Charqueadas em 1906, durante o período do charque, com a criação da Meridional. Somente nos livros do jornalista e historiador charqueadense Saldino Pires e do professor jeronimense Benedito Veit se encontra a vinculação de Barcellos com o município. Na internet, na grande quantidade de artigos biográficos disponíveis, não se menciona esse fato. Passam por cima da Meridional!
Além do Casarão, o CTG Ramiro Barcellos (1959), no centro da cidade, também não existe mais: desabou nos primeiros minutos de 29 de janeiro deste ano, exatamente na data que marcava o centenário de sua morte, ocorrida em 1916, após se infectar, devido a um corte no dedo, ao tratar um paciente. Baita coincidência, não é mesmo? Dos prédios ligados à sua pessoa em Charqueadas, só o da escola ainda está de pé, mas mesmo assim hoje é um alojamento da Força-Tarefa da BM PEJ, visto que a escola se transferiu de local. No centro existe uma rua com seu nome (em São Jerônimo, nomeia uma das principais avenidas da cidade).
Por fim, resta afirmar que Ramiro Barcellos é uma figura que merece ser conhecida pela comunidade local e, também, estudada nas escolas do município, devido a sua importância para o Rio Grande e por sua ligação com Charqueadas.
Referências:
DEGRAZIA, José E. Barcellos, Ramiro Fortes de. Museu de História da Medicina do RS. Disponível em: <http://www.muhm.org.br/index.php?formulario=sys_bio_bibliografias_notas&submenu=4&metodo=0&id=56> Acessado em: 13 set. 2016.
LOPES, Raimundo L; Noll, Izabel. Barcellos, Ramiro. Fundação Getúlio Vargas, CPDOC. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/BARCELOS,%20Ramiro.pdf> Acessado em: 13 set. 2016
MOREAU, Raul. Ramiro Fortes de Barcellos: uma história marcante.Portal Mix. Disponível em: <http://www.raulmoreau.com.br/zbm/p594C_26x36.pdf> Acessaro em: 13 set. 2016.
PATEL, Márcia R S. Histórico do Município: Ramiro Fortes de Barcellos. Museu Municipal de Cachoeira do Sul. Disponível em: <http://www.museucachoeira.com.br/index.php?area=municipio&id=9> Acessado em: 13 set. 2016.
PIRES, Saldino A. Charqueadas: sua origem, sua história, sua gente. Charqueadas: Folha Mineira, 1986.
PIRES, Saldino A. Histórias do povo de Charqueadas: um patrimônio ainda desconhecido. Charqueadas: Naiberte (Barra do Ribeiro), 2012.
VEIT, Benedito. Por que Charqueadas? São Jerônimo: Gráfica PBS, 2008.
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POEIRA DA ESTRADA – Às 23h30min de amanhã, no restaurante Muralha de Charqueadas, a banda de blues fará um show. É noite para curtir canções como Homem Ferido, Bebidas Bar, Toda Tua É A Vida, Tapete Mágico, dentre outras.
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VILMAR ALVES FERREIRA – O doutor em Educação pela UFRGS estará na quarta-feira, dia 21, às 19h, palestrando no auditório do IFSul em Charqueadas. Tema: Ecologia Cosmocena: uma perspectiva sustentável.
Texto será publicado na seção de Opinião do jornal
Portal de Notícias, versões online e impressa, em 17.09.2016: http://www.portaldenoticias.com.br
Para quem é nascido e criado na Colônia Penal, Ramiro Fortes de Barcellos é um nome conhecido. Quando eu e o Eduardo “Gó”, filho mais novo do seu Caroço e da dona Eraida, brincávamos na parte desabitada do “Casarão”, nos anos 1970, já sabíamos que havia sido residência deste. O nome da casa, sede da charqueada Meridional, era Solar dos Barcellos, demolida na década de 1980.
O ilustre médico, político, escritor, jornalista e charqueador também dava nome a escola primária da vila, onde estudávamos. Quando passávamos pelo corredor interno do prédio antigo do colégio (o segundo mais velho da cidade, de 1941) e a porta da sala da dona Chiquita (a diretora) estava aberta, dava para ver a foto dele na parede, ao fundo. É a mesma que ilustra esse texto.
Ramiro Barcellos nasceu na cidade de Cachoeira do Sul, em 23 de agosto de 1851. Foi cursar medicina no Rio de Janeiro e, ao voltar, casou e viajou para a Europa (Alemanha, França e Inglaterra), onde aprofundou seus estudos. Tornou-se um personagem importante da sociedade gaúcha no fim do século XIX e início do XX: como médico, foi cirurgião-chefe da Santa Casa de Misericórdia; como político, foi deputado provincial, diplomata, senador, secretário de estado e membro do Partido Republicano; como jornalista, um dos fundadores do jornal A Federação, órgão oficial do PR; como literato, foi autor, em 1915, de um clássico da literatura gaúcha, o livro Antônio Chimango, que escreveu sob o pseudônimo de Amaro Juvenal, onde satirizava Borges de Medeiros, então presidente do estado.
Sua biografia se cruza com a história de Charqueadas em 1906, durante o período do charque, com a criação da Meridional. Somente nos livros do jornalista e historiador charqueadense Saldino Pires e do professor jeronimense Benedito Veit se encontra a vinculação de Barcellos com o município. Na internet, na grande quantidade de artigos biográficos disponíveis, não se menciona esse fato. Passam por cima da Meridional!
Além do Casarão, o CTG Ramiro Barcellos (1959), no centro da cidade, também não existe mais: desabou nos primeiros minutos de 29 de janeiro deste ano, exatamente na data que marcava o centenário de sua morte, ocorrida em 1916, após se infectar, devido a um corte no dedo, ao tratar um paciente. Baita coincidência, não é mesmo? Dos prédios ligados à sua pessoa em Charqueadas, só o da escola ainda está de pé, mas mesmo assim hoje é um alojamento da Força-Tarefa da BM PEJ, visto que a escola se transferiu de local. No centro existe uma rua com seu nome (em São Jerônimo, nomeia uma das principais avenidas da cidade).
Por fim, resta afirmar que Ramiro Barcellos é uma figura que merece ser conhecida pela comunidade local e, também, estudada nas escolas do município, devido a sua importância para o Rio Grande e por sua ligação com Charqueadas.
Referências:
DEGRAZIA, José E. Barcellos, Ramiro Fortes de. Museu de História da Medicina do RS. Disponível em: <http://www.muhm.org.br/index.php?formulario=sys_bio_bibliografias_notas&submenu=4&metodo=0&id=56> Acessado em: 13 set. 2016.
LOPES, Raimundo L; Noll, Izabel. Barcellos, Ramiro. Fundação Getúlio Vargas, CPDOC. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/BARCELOS,%20Ramiro.pdf> Acessado em: 13 set. 2016
MOREAU, Raul. Ramiro Fortes de Barcellos: uma história marcante.Portal Mix. Disponível em: <http://www.raulmoreau.com.br/zbm/p594C_26x36.pdf> Acessaro em: 13 set. 2016.
PATEL, Márcia R S. Histórico do Município: Ramiro Fortes de Barcellos. Museu Municipal de Cachoeira do Sul. Disponível em: <http://www.museucachoeira.com.br/index.php?area=municipio&id=9> Acessado em: 13 set. 2016.
PIRES, Saldino A. Charqueadas: sua origem, sua história, sua gente. Charqueadas: Folha Mineira, 1986.
PIRES, Saldino A. Histórias do povo de Charqueadas: um patrimônio ainda desconhecido. Charqueadas: Naiberte (Barra do Ribeiro), 2012.
VEIT, Benedito. Por que Charqueadas? São Jerônimo: Gráfica PBS, 2008.
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POEIRA DA ESTRADA – Às 23h30min de amanhã, no restaurante Muralha de Charqueadas, a banda de blues fará um show. É noite para curtir canções como Homem Ferido, Bebidas Bar, Toda Tua É A Vida, Tapete Mágico, dentre outras.
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VILMAR ALVES FERREIRA – O doutor em Educação pela UFRGS estará na quarta-feira, dia 21, às 19h, palestrando no auditório do IFSul em Charqueadas. Tema: Ecologia Cosmocena: uma perspectiva sustentável.
Texto será publicado na seção de Opinião do jornal
Portal de Notícias, versões online e impressa, em 17.09.2016: http://www.portaldenoticias.com.br
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 15/09/2016
Alterado em 15/09/2016
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