Escrever...
Cada momento é uma dádiva.
Cada segundo,
um universo em si mesmo.
Concretamente,
só existem momentos.
Como esse,
em que eu escrevo e respiro,
em que tu lês e respira.
(Ah, esses jovens,
tão arrogantes e tão cheios de vida,
desperdiçando o seu tempo...
Tempo que não volta!
Se soubessem o que eu sei...
Viveriam!
Cada momento...
Cada segundo...)
Às vezes,
penso que escrever
é um não viver.
Um interpretar a vida
por outros
(ou por mim mesmo)
vivida.
Qual o sentido?
Eu escrevo para você,
que me lê
e me dá vida.
Mas essa
é uma vida
que não é a minha vida,
pois (para mim)
só existe
a vida
(por mim)
vivida.
A literatura
pode ensinar
para o leitor
a vida,
mas,
para o escritor
é lição perdida.
Segundos de ar desperdiçados...
Momentos
de uma vida
não vivida.
Puro vício!
Qual o sentido?
Literatura é vida!
Vivida?
Escrever é viver para o outro.
E isso,
muitas vezes,
faz sentido.
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Trova de Jorge Gil Gomes de Azeredo
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 16/07/2007
Alterado em 22/07/2007