João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
Textos
Total Eclipse Of The Temporal...
Nas primeiras horas da noite de sexta-feira passada, 29, um forte temporal fustigou toda a Região Metropolitana, com maior vigor numas cidades que noutras. No restaurante Muralha, em Charqueadas, as pessoas aguardavam o show de abertura da dupla Damaris Ortiz & Luciano Belgrado, o DarkMoon Duo, de São Paulo, que faz uma turnê de verão na cidade e em São Jerônimo.
Faltou luz, o restaurante funcionou com energia de emergência, à bateria. Com o arrefecimento da intempérie e a volta da eletricidade, o restante do público começou a chegar e a apresentação teve início (foto acima), mesmo com atraso. Daí se juntou a fome com a vontade de comer, a vontade de ouvir com a de tocar e cantar. Lembrei de um poema do Bukowski: “se não sai de ti a explodir / apesar de tudo, / não o faças. / a menos que saia sem perguntar do teu / coração, da tua cabeça, da tua boca / das tuas entranhas, / não o faças”. Grande noite!
Para quem estava ali, o que importava era o prazer estético e emocional vindo da música e das canções, o pop rock internacional que o DarkMoon apresenta. Mas aquela noite era para ser mesmo histórica, não só pelo temporal. Quando o duo interpretava Take Me To Church (Hozier), o CTG Ramiro Barcelos, do outro lado da avenida, desabou. Sinceramente, nem vi. Estava muito imerso no show e nas torres de chopp, junto com amigos e familiares, para perceber. Só atinei um pouco depois, no intervalo da apresentação, quando notei que as pessoas chegavam junto às janelas e olhavam para baixo (o Muralha fica no segundo piso). “O que está acontecendo?” “Ué, o CTG desabou! Não ouviu?” Logo, o show vai ficar marcado na memória dos lá presentes como “o do dia do temporal que derrubou o CTG”. E, atentem, dia 29 marcou exatamente 100 anos da morte do ex-senador Barcellos. Baita coincidência, né?
Entretanto, de certa maneira, o show superou o temporal e o desabamento, assim como “depois da tempestade vem a bonança” e assim como a vida sempre supera a morte: a arte sublima o real. Algo termina, algo permanece, algo inicia: eis o ciclo inexorável da existência, que transcende nossas individualidades. Total Eclipse Of The Temporal, parafraseando a canção de Bonnie Tyler: “(Turn around) Every now and then, I get a little bit nervous that the best of all the years have gone by / (…) / (Turn around, bright eyes) Every now and then, I fall apart / (…) / Forever's gonna start tonight Forever's gonna start tonight“. Naquela noite (como em todas): as forças da natureza, na rua, no palco e na gente: o ciclo da vida, eterno.
O repertório varia de show para show, mas além da canção da Bonnie (que, aliás, eles nem tocaram naquela noite), outras que já rolaram nas quarto apresentações no Muralha CH e SJ (alias, parabéns Muralha, valeu a iniciativa) foram Hello (Adele), Someone Like You (Adele), The Best (Tina Turner), Hotel California (Eagles), Under Pressure (Queen/David Bowie), Bring Me To Life (Evanescence), Halo (Beyoncé), I Don´t Wont To Miss A Thing (Aerosmith), Rock’n Roll (Led Zeppelin), Crazy (Seal), Born To Be Wild (Steppenwolf), Mercedes Benz (Janis Joplin), Piece Of My Heart (Janis Joplin), Misunderstood (Bom Jovi), Like A Stone (Audioslave), Nothing Else Matters (Metallica), Love Of My Life (Queen), Girls Just Want To Have Fun (Cindy Lauper) e She’s Got The Look (Roxette).
Para quem quiser assistir, Damaris e Luciano ficam até o dia 20 na cidade: * 05.02 (hoje) – Muralha CH; * 06/02 (sábado) Empório Beer; * 12.02 – Muralha SJ; * 18/02 – Uruguayos Food & Music; 19/02 – Muralha SJ. Possivelmente nos dias 13 e 20 ocorrerão shows no Muralha CH, confirmem na página do restaurante ou do DarkMoon Duo no Facebook (shows confirmados!).
Muralha SJ - 31.01.16
Muralha Charqueadas
Texto publicado nas versões impressa e online na seção de Opinião do Jornal Portal de Notícias: http://www.portaldenoticias.com.br
Nas primeiras horas da noite de sexta-feira passada, 29, um forte temporal fustigou toda a Região Metropolitana, com maior vigor numas cidades que noutras. No restaurante Muralha, em Charqueadas, as pessoas aguardavam o show de abertura da dupla Damaris Ortiz & Luciano Belgrado, o DarkMoon Duo, de São Paulo, que faz uma turnê de verão na cidade e em São Jerônimo.
Faltou luz, o restaurante funcionou com energia de emergência, à bateria. Com o arrefecimento da intempérie e a volta da eletricidade, o restante do público começou a chegar e a apresentação teve início (foto acima), mesmo com atraso. Daí se juntou a fome com a vontade de comer, a vontade de ouvir com a de tocar e cantar. Lembrei de um poema do Bukowski: “se não sai de ti a explodir / apesar de tudo, / não o faças. / a menos que saia sem perguntar do teu / coração, da tua cabeça, da tua boca / das tuas entranhas, / não o faças”. Grande noite!
Para quem estava ali, o que importava era o prazer estético e emocional vindo da música e das canções, o pop rock internacional que o DarkMoon apresenta. Mas aquela noite era para ser mesmo histórica, não só pelo temporal. Quando o duo interpretava Take Me To Church (Hozier), o CTG Ramiro Barcelos, do outro lado da avenida, desabou. Sinceramente, nem vi. Estava muito imerso no show e nas torres de chopp, junto com amigos e familiares, para perceber. Só atinei um pouco depois, no intervalo da apresentação, quando notei que as pessoas chegavam junto às janelas e olhavam para baixo (o Muralha fica no segundo piso). “O que está acontecendo?” “Ué, o CTG desabou! Não ouviu?” Logo, o show vai ficar marcado na memória dos lá presentes como “o do dia do temporal que derrubou o CTG”. E, atentem, dia 29 marcou exatamente 100 anos da morte do ex-senador Barcellos. Baita coincidência, né?
Entretanto, de certa maneira, o show superou o temporal e o desabamento, assim como “depois da tempestade vem a bonança” e assim como a vida sempre supera a morte: a arte sublima o real. Algo termina, algo permanece, algo inicia: eis o ciclo inexorável da existência, que transcende nossas individualidades. Total Eclipse Of The Temporal, parafraseando a canção de Bonnie Tyler: “(Turn around) Every now and then, I get a little bit nervous that the best of all the years have gone by / (…) / (Turn around, bright eyes) Every now and then, I fall apart / (…) / Forever's gonna start tonight Forever's gonna start tonight“. Naquela noite (como em todas): as forças da natureza, na rua, no palco e na gente: o ciclo da vida, eterno.
O repertório varia de show para show, mas além da canção da Bonnie (que, aliás, eles nem tocaram naquela noite), outras que já rolaram nas quarto apresentações no Muralha CH e SJ (alias, parabéns Muralha, valeu a iniciativa) foram Hello (Adele), Someone Like You (Adele), The Best (Tina Turner), Hotel California (Eagles), Under Pressure (Queen/David Bowie), Bring Me To Life (Evanescence), Halo (Beyoncé), I Don´t Wont To Miss A Thing (Aerosmith), Rock’n Roll (Led Zeppelin), Crazy (Seal), Born To Be Wild (Steppenwolf), Mercedes Benz (Janis Joplin), Piece Of My Heart (Janis Joplin), Misunderstood (Bom Jovi), Like A Stone (Audioslave), Nothing Else Matters (Metallica), Love Of My Life (Queen), Girls Just Want To Have Fun (Cindy Lauper) e She’s Got The Look (Roxette).
Para quem quiser assistir, Damaris e Luciano ficam até o dia 20 na cidade: * 05.02 (hoje) – Muralha CH; * 06/02 (sábado) Empório Beer; * 12.02 – Muralha SJ; * 18/02 – Uruguayos Food & Music; 19/02 – Muralha SJ. Possivelmente nos dias 13 e 20 ocorrerão shows no Muralha CH, confirmem na página do restaurante ou do DarkMoon Duo no Facebook (shows confirmados!).
Muralha SJ - 31.01.16Muralha CharqueadasTexto publicado nas versões impressa e online na seção de Opinião do Jornal Portal de Notícias: http://www.portaldenoticias.com.br
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 05/02/2016
Alterado em 15/09/2016
Comentários