"Sob um céu de blues"


Se o céu é de blues e o mar também, de que é a areia? “É de rock João, pois é aonde as coisas acontecem”. Sendo isso verdade, com o que concordo, então no dia 27 de dezembro, no salão de eventos do Sindicato dos Municipários, as pessoas lá estavam “sob um céu de blues”, mas com os pés no chão do rock’n roll, fazendo acontecer. “Entra nessa, dance um rock’n roll” - TNT.

Falo do evento “Músicos abraçam a Live Studio”, organizado pelas bandas Torr, Fordy Rock, Carbofônicos e Poeira da Estrada, que tocaram sem cobrar cachê em apoio à reabertura da casa noturna, que se encontra fechada pela fiscalização municipal devido à falta do PPCI, motivada pela não realização da vistoria pelos bombeiros, alegadamente sem verbas e sem pessoal. “As chances estão contra nós, mas nós estamos por aí, a fim de sobreviver” - Engenheiros do Hawaii.

Eu assistia o show e pensava: “Vou ter que escrever sobre isso, é um momento importante e histórico do rock local que está acontecendo aqui”. Duda Calvin, da banda Tequila Baby, e Dyego Geller, das bandas Torr e Tess, interpretavam justamente a canção “Sob um Céu de Blues”, homenageando o recentemente falecido Flávio “Júpiter Maçã” Basso (roqueiro gaúcho que foi integrante das bandas TNT e Os Cascavelletes, seminais do rock gaúcho dos anos 1980), acompanhados pelas guitarras de Leandro Lacerda (Carbofônicos) e Henrique Jadoski (Fordy Rock), do baixo de Gustavo Iracet (Fordy Rock), da bateria de Rafael Cunha (Carbofônicos/Poeira da Estrada) e do teclado de Gilson Pedreira (Carbofônicos/Poeira da Estrada). “Existe uma estrada, que me leva, ao meu destino” – Os Cascavelletes.

Nesse mesmo instante o guitarrista da RockLord André Miller chega e me diz: - Esse é um momento especial que está acontecendo aqui, tu tens que escrever sobre isso. “It’s only rock’n roll (but I like It)” – Rolling Stones.

Estávamos sintonizados, da mesma forma que as demais pessoas que ali estavam, cerca de trezentas, músicos e público, irmanados pelo blues/rock’n roll e solidários a Live Studio, templo roqueiro da cidade alvejado pela inoperância dos órgãos públicos. O rock sempre comprou brigas por boas causas, as suas e a dos outros. A Live Studio vale as palhetas, as mãos, as gargantas e as baquetas. “Hey hey my my, rock and roll can never die” – Neil Young.

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CHARLIE Hebdo – Dia 7 fez um ano do assassinato dos cartunistas do semanário satírico francês por fundamentalistas sectários islâmicos. Todavia, o tiro dos terroristas saiu pela culatra: a tiragem do Hebdo aumentou para muito além dos cerca de 30 mil exemplares de então. Na primeira edição após o atentado, vendeu 7,5 milhões; atualmente, o Charlie conta com 183 mil assinantes e vendas de 100 mil jornais em banca. A morte dos cartunistas abriu espaço para que uma nova geração viesse à tona, com público ampliado, defendendo as mesmas ideias. O atentado tornou o Hebdo conhecido em todo o mundo e colocou-o na história.
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HITLER – Nesse ano também temos a entrada em domínio público da autobiografia do líder nazista Adolf Hitler, Minha Luta, que poderá ser editada livremente em todo o mundo. Sou dos que entende que a obra, disponível há muito em versões piratas na internet, deveria ser lida e estudada por todos os que vêem no totalitarismo uma experiência a ser debatida com a intenção de percebermos os perigos que o enfraquecimento e a desqualificação da democracia parlamentar e representativa trazem.
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RAMIRO Fortes de Barcellos – 2016 marca os 100 anos da morte do ilustre senador gaúcho, autor do livro Antônio Chimango, sob o pseudônimo de Amaro Juvenal. Barcellos foi proprietário da charqueada Meridional, que ficava na Colônia Penal, em Charqueadas, onde é nome de escola. Lá construiu o imponente Solar dos Barcellos, o “casarão”, infelizmente demolido na década de 1980.

Texto publicado nas versões impressa e online na seção de Opinião do Jornal Portal de Notícias: http://www.portaldenoticias.com.br