João Adolfo Guerreiro
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Textos
Facilidades tecnológicas

Sabemos que a tecnologia deu um salto de qualidade significativo no século XX, alterando a relação das pessoas com o seu cotidiano. Dentre os vários setores da vida social que sofreram e continuam sofrendo rápidas mudanças, está o das comunicações.

Meus pais nasceram nas décadas de 1930 e 1940. São do tempo do rádio, das revistas e dos jornais impressos, principalmente do primeiro, sobre o qual relatam momentos familiares em torno do aparelho, escutando os programas, as novelas, as canções. Na época, material impresso era coisa mais da cidade e de quem tinha dinheiro para gastar com isso. Cinema, idem.

Eu nasci em momento diverso e, na infância, durante os anos 1970, conhecia rádio, revistas, jornais (uma mídia que sempre adorei) e TV em preto e branco. Assistia meus programas preferidos ali. Lembro, dentre várias outros, da novela Estúpido Cupido (1976) e, principalmente, dos seriados Rin Tin Tin, Viagem ao Fundo do Mar, Ultraman, Perdidos no Espaço, Batman, Túnel do tempo, Terra de Gigantes, Robô Gigante. Naquele tempo, tanto na TV como no cinema, você assistia o que gostava enquanto estivesse em cartaz, depois, babaus. Com shows musicais era a mesma coisa: fora da TV e do cinema, necas. Só as canções do rádio a gente podia ter à disposição em casa, comprando os discos (Lp’s ou compactos) ou gravando em fita K7.

Andando dia desses pelo centro de Porto Alegre, casualmente parei em frente a uma banca de revistas que, especificamente, possuía muitos DVD’s de séries televisivas antigas para venda. Voltei a ser criança no ato. E, menino do passado em viagem ao futuro, senti uma inveja danada dos guris de hoje, que tem tudo o que desejam à mão, na internet ou em DVD. Lembranças de perdas latentes na memória afloraram, como as que vivenciava ao término da temporada de cada série que apreciava, eis que elas partiam para não mais voltar ante aos meus olhos marejados.

Lógico que comprei algumas séries. Chegando em casa, um mundo desconhecido de cores se abriu ao menino, traindo as lembranças em P&B de tempos idos. Vivíamos em um mundo sem cores, nós, crianças de antanho. Justo numa época, anos 1970, em que o mundo explodia, desde os anos 1960, em tendências culturais e artísticas multicoloridas.

Atualmente, as crianças tem “tudo ao mesmo tempo agora”, como diz a canção dos Titãs. A tecnologia trouxe muitas facilidades para o cotidiano. Mas não consegue o feito de me fazer voltar a ser menino. Sou outro, e até o passado ressurge diferente.

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VITÓRIA – Como usuário há décadas do Expresso Vitória, quero relatar à empresa que no dia 04 de setembro comprei passagem para a linha Porto Alegre – Charqueadas, às 17 horas, embarcando no carro nº 13042, placas KVL 3229. Ao subir, estranhei o modelo do ônibus, bem diferente, em termos de conforto, dos veículos, em regra, disponibilizados pelo Vitória para o trajeto. Confesso que foi a viagem mais desconfortável que já fiz nessa linha: bancos estreitos, duros, não-reclináveis e desconfortáveis. O modelo do carro pareceu-me inadequado para a linha intermunicipal e mais propício para uma linha circular. Pelos comentários dos demais passageiros, percebi que a minha opinião era compartilhada. Mais: navegando pelas redes sociais da internet, constatei que havia outras considerações análogas sobre o referido carro, utilizado na mesma linha, em datas diversas. Logo, mais que uma consideração individual sobre a situação, creio que manifesto aqui um ponto de vista coletivo. É a contribuição, como usuário, que eu desejava fazer ao Expresso Vitória. Abraço.



Texto publicado na seção de Opinião do jornal Portal de Notíciashttp://www.portaldenoticias.com.br
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 17/09/2015
Alterado em 17/09/2015
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