João Adolfo Guerreiro
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Whiplash

Música é uma arte e um artesanato difícil. Exige percepção auditiva, técnica manual e, em alto nível, muito estudo teórico. O filme Whiplash mostra isso, ao contar a história de um jovem baterista estudante de jazz. E mostra mais.

Músicos são, geralmente, vaidosos e competitivos, uns mais, outros menos, como o são os artistas em geral. Whiplash foca nesse lado da música, que é parte da realidade, não o todo. Talento, ou seja, o grau de percepção musical, é a medida de hierarquia, junto com o nível de conhecimento teórico e a capacidade de leitura musical, pois, é bom não esquecer, a música é uma linguagem com escrita própria. Tudo isso, entretanto, se resolve na prática, na hora do vamos ver, aquela coisa de “quem sabe faz ao vivo”.

Essas coisas você percebe claramente assistindo Whiplash. Inclusive que também se afina bateria, coisa quer muita gente não sabe. O nome do filme alude a uma música do compositor de jazz e saxofonista Hank Levy, sendo esta uma das composições que são executadas durante o mesmo.
As discussões que o filme suscita são muitas. O que é música? O que é ser músico? Até que ponto o músico está determinado a ir para ser “o cara”? Vale a pena e tem sentido todo esse esforço? Carlos Gerbase, que foi baterista da banda gaúcha de hardcore Os Replicantes e atualmente é cineasta, escreve sobre o Whiplash com conhecimento de causa de ambas as artes: “O que me incomoda no filme é a sua conformidade com o conceito de perfeição musical do professor, que mixa a exatidão de um matemático de Cambridge, para ler partituras complicadíssimas, com o preparo físico de um corredor jamaicano, para manter velocidade máxima durante a execução. O baterista perfeito teria a cabeça de Stephen Hawking e os membros de Usain Bolt. Que bobagem! Se boa música dependesse disso, quase todos os músicos teriam que fazer outra coisa na vida. Praticar muito e superar limites são necessidades de qualquer artista, mas o herói de Whiplash confunde seus desafios com uma visão boboca do que é ‘tocar bem’”. Concordo plenamente.

Música é arte, é sentimento, é comunicação, é feita para atingir as pessoas em geral, não apenas a iniciados. Por isso sua multiplicidade de gêneros e de públicos. O músico não é apenas um técnico, é um artista e sua perícia tem de ter a dimensão do caminho artístico que escolheu para si, nem mais, nem menos. Não pode ser um enganador, principalmente se for um profissional, mas não precisa ser, necessariamente, um virtuose. “Cada um na sua e todos com free”. Como diz o Humberto Gessinger naquela canção: “Já perdemos muito tempo, brincando de perfeição, esquecemos o que somos, simples de coração”.

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TIM Lopes – Muito bom o documentário “Tim Lopes – Histórias de Arcanjo”, exibido pela Rede Globo na madrugada de terça-feira, dia 2, sobre o jornalista, gaúcho de Itaqui, brutalmente torturado e assassinado há exatos treze anos, quando fazia uma reportagem investigativa sobre a venda de drogas e shows de sexo explícito com menores em bailes funks na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro, em 2002. O filme é conduzido pelo filho de Tim, Bruno Quintella, que faz uma retrospectiva bem interessante da carreira do pai.
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BAAR Xarqueadas – Repercutiu muito bem na comunidade a limpeza realizada naquele prédio histórico no sábado passado por pessoas da comunidade. Para quem quiser ver como foi, é só acessar, no Facebook, a comunidade “Baar Xarqueadas” ou o evento “Mutirão de Limpeza do Baar Xarqueadas & Uma Festinha Bacana”.

Texto publicado na seção de Opinião do Jornal Portal de Notícias: http://www.portaldenoticias.com.br
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 02/06/2015
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