Há 70 anos
Lembram da pergunta que fiz na semana passada, sobre qual era o personagem histórico possuidor da respeitável biografia citada? Pois é, pasmem, era Adolf Hitler, líder alemão, que cometeu suicídio em Berlim em 30 de abril de 1945, quando os russos estavam tomando a cidade, capital do país.
Assim, em 8 de maio de 1945, alguns dias após a morte do líder nazista, há 70 anos, praticamente chegava ao fim a IIª Guerra Mundial, o maior conflito armado já ocorrido em nosso planeta, com a assinatura do documento final da rendição incondicional da Alemanha, em Berlim (foto acima). O Japão, última potência do Eixo (aliança militar entre Alemanha, Itália e Japão) ainda em combate, só entregaria as armas em agosto do mesmo ano, após as bombas atômicas Little Boy e Fat Man serem jogadas em Hiroshima e Nagasaki.
O termo "nazismo" é uma corruptela de nacional-socialista, que no alemão se escreve “nationalsozialistische”. O Nacional Socialismo era a doutrina que Hitler adotou para o pequeno Partido dos Trabalhadores Alemães, após trocar seu nome para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, em 1920. Sua ascensão ao poder pode ser explicada a partir de vários fatores, mas dentre eles, podemos destacar: o Tratado de Versalhes, a Grande Depressão de 1929 e o anticomunismo.
Ao fim da Iª Guerra Mundial, as nações vencedoras impuseram pesadas condições à Alemanha, reduzindo drasticamente suas forças armadas, obrigando o país a tornar-se uma república democrática, retirando um sétimo de seu território e exigindo uma pesada reparação monetária por danos materiais causados aos vencedores. Esse "tratado de paz" foi assinado no Palácio de Versalhes, na França, em 1919.
Ao sentimento de indignação do povo alemão pela derrota e pelos termos da rendição, somou-se a debacle de sua economia, colocando a população em penúria. Assim, a chamada República de Weimar, como foi denominado o novo governo, claudicou para se firmar, sendo conduzido, desde 1925, pelo presidente Hindenburg, um dos generais mais prestigiados na Iª Guerra. Havia o cargo de chanceler (uma espécie de primeiro ministro), que era indicado pelo presidente.
Então chega a Grande Depressão de 1929, que afetaria o mundo inteiro, interrompendo a recuperação do país. Dois partidos almejavam chegar ao poder nesse momento de crise, superando o Social Democrata: o Comunista, na extrema esquerda, e o Nacional Socialista que, apesar do nome, era uma agremiação de extrema direita, que sempre deixou muito claras suas teses radicais. Nas eleições de 1930 os nazistas saltam de 2.6% (1928) para 18% dos votos, subindo depois para 37% (julho de 1932) e fixando-se em 33% em novembro de 1932. Em janeiro de 1933, devido a divergências internas do partido no poder e pelo temor dos setores empresariais ante o crescimento dos comunistas, o cargo de chanceler é oferecido a Hitler (foto abaixo), numa manobra política que contava com a possibilidade de manipulação dos nazistas e de "domesticação" de Hitler. Não leram Mein Kampf...
Foi um grande erro de cálculo: o Partido Nazista já possuía representatividade social e uma organização de estilo militar e, com a morte de Hindenburg, Hitler caça os parlamentares comunistas e faz o parlamento alemão aprovar que ele seria agora o
"führer", ou seja, acumularia os cargos de presidente e chanceler, num só. Somente os social democratas votaram contra.
O que vem depois é bem conhecido: perseguição brutal a judeus e comunistas, dentre outros, e descumprimento das condições do Tratado de Versalhes que, inevitavelmente, levaram à IIª Guerra, finalizada com a Alemanha arrasada pelos liberais Estados Unidos e Inglaterra, por uma frente, e pela comunista União Soviética, por outra. Que o mundo nunca esqueça a lição de como os incêndios surgem quando se brinca com fogo.
Artigo publicado na seção de Opinião do jornal Portal de Notícias:
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