1º de Maio, da luta e do trabalho
Com o projeto de terceirização tramitando no Congresso Nacional, mais pertinente fica a tradicional máxima que diz ser o Dia do Trabalhador uma data de luta que, além de comemorar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história do século XX, atualiza suas pautas, afirmando novos direitos e a resistência contra ataques aos já existentes.
A terceirização, hoje discutida sob a alegação de auferir direitos aos cerca de 12 milhões de trabalhadores que se encontram nessa modalidade de vínculo empregatício no Brasil, é estendida para as atividades-fim, eis que antes relativa apenas as atividades-meio. Logo, um golpe em quem vive de salário, principalmente para aqueles que ainda buscam se estabelecer no mercado de trabalho, como é o caso, sobretudo, dos jovens.
Essa é a pauta mais nociva aos interesses dos trabalhadores na atual conjuntura, mas existem outras. Professores de vários estados lutam tanto pela manutenção de direitos quanto por melhorias salariais, em movimentos que acontecem em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e aqui no Rio Grande do Sul, para citar alguns exemplos.
Com a deixa gerada pelo ajuste fiscal proposto pelo governo federal, os governos estaduais adotam receita semelhante, embora mais profunda, investindo até mesmo contra compromissos firmados em lei e aprovados pelos legislativos estaduais, como é o caso do subsídio dos servidores da área da Segurança Pública gaúcha.
Assim, por mais que se conteste o enfrentamento de classes como inerente às sociedades capitalistas, as questões acima elencadas demonstram sua atualidade ao envolverem divergências que colocam capital/trabalho e patrões/empregados em campos de interesse opostos nos embates em tela. O capitalismo e as relações de produção em seu seio se complexificaram, é verdade, entretanto permanecem tais contradições na realidade objetiva, independente de qualquer juízo moral, ideológico ou político que se faça sobre elas.
Desta forma, amanhã, na data histórica que marca a capacidade de luta da classe trabalhadora, que todos os assalariados vão às ruas, principalmente, contra o espectro da terceirização, junto com as centrais sindicais, pressionando, agora, os senadores, que estão analisando o projeto. Somente essa mobilização influenciará os políticos em favor dos trabalhadores, alterando a posição de parlamentares e partidos, tal qual já aconteceu, em certa medida, na Câmara dos Deputados, ao longo das votações referentes à terceirização.
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QUEM É? – Um homem que, aos 19 anos, ficou órfão, que possuía aptidão para a pintura e gosto pela leitura e escrita, herói de guerra (mesmo sendo cabo durante a Iª Guerra Mundial, ganhou medalhas geralmente destinadas apenas a oficiais), vegetariano, praticamente abstêmio, que gostava de crianças e animais, extremamente gentil com as pessoas à sua volta, de modos e hábitos simples e austeros, considerado “O Homem do Ano” pela famosa revista estadunidense Time em 1938 e indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1939. Hoje, há exatos 70 anos, esse homem, um dos personagens mais significativos da História Contemporânea, falecia. Sabem de quem estou falando? Semana que vem volto ao assunto.
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EXECUÇÃO - Na terça outro brasileiro foi fuzilado na Indonésia, por tráfico de drogas. Uma pena demasiada para o delito cometido. Sou contra a pena de morte, por vários motivos. O principal é que pode ser um erro sem volta, uma injustiça incomensurável. No mesmo dia do fuzilamento do brasileiro, uma filipina teve sua execução cancelada na última hora devido a verdadeira culpada ter se apresentado à policia...
Texto publicado na seção de Opinião do jornal Portal de Notícias:
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