E(LEI)(MO)ÇÕES
Num ponto todos devemos concordar: essa eleição foi a mais surpreendente dos últimos tempos. Tanto pelas alterações de nomes em disputa que ocorreram quanto pelo que saiu e continua a sair nas pesquisas eleitorais.
Em fevereiro, Dilma estava lá, com 51% e os analistas políticos prevendo sua vitória no primeiro turno. Seu pior momento, junho de 2013, havia passado. Durante a Copa seus índices caíram um pouco. Então aconteceu o acidente com o avião do candidato Eduardo Campos e Marina, sua vice, assumiu a candidatura do PSB. Um tsunami parecia estar varrendo o pleito. Aécio despencou do segundo lugar nos levantamentos de opinião, atingindo seu fundo do poço, ou seja, 15% de intenções de voto. Marina encostou em Dilma, com 35% e parecia ser uma questão de dias superar a presidenta e, quiçá, vencer a parada já no primeiro turno. No segundo turno chegou a estar, conforme alguns institutos, com dez pontos percentuais de vantagem sobre a candidata do PT.
Entretanto, Marina parou e, depois de um tempo, passou a entrar numa curva descendente. Pior: Aécio voltou a subir. Hoje (escrevi esse texto na quarta-feira) vi no Correio do Povo o Datafolha dar 40% para Dilma, 25% para Marina e 20% para Aécio. Os números do Ibope e do Vox Populi estavam semelhantes. Hoje, vemos analistas conjecturando até a possibilidade de... não ocorrer segundo turno e a fatura ser liquidada no primeiro. Para o segundo turno, as simulações indicam que Dilma passou Marina: pelo Datafolha, 49% a 41%, respectivamente. Ibope e Vox Populi indicam uma situação parecida: 42% a 38% e 46% a 39%.
No andar de baixo das verificações de intenção de voto eleitoral, Pastor Everaldo (PSC) recuou de 3% para 1%, percentual em que encontra-se, nos últimos levantamentos, empatado com Luciana Genro, do PSOL. Curiosamente, são os únicos dois candidatos que pontuam nas pesquisas que tem posição clara quanto a uma das questões mais debatidas nessa campanha e que envolve uma minoria: os LGBTs. Aécio, Dilma e Marina evitam colocar o tema em seus programas de governo, temendo uma reação negativa do voto conservador. Eduardo Jorge do PV chegou a animar alguns debates, ter uma boa repercussão nas redes sociais, assim como Luciana, e a obter 1% em determinado momento, mas não vem pontuando mais. Dos que participam dos debates, Levy Fidelix do PRTB ainda não pontuou, compartilhando o umbral eleitoral com Eymael (PSDC), Rui Pimenta (PCO), José Maria (PSTU) e Mauro Iasi (PCB).
Aqui no Rio Grande, a coruja já parecia pelada em favor de Lasier Martins para o senado, com o candidato do PDT confortável na casa dos 40% das intenções de voto. Até Olívio Dutra (PT) resolver sair da aposentadoria e se candidatar, embolando as coisas na faixa dos 30%. Daí Pedro Simon (PMDB) igualmente resolveu que ainda não era hora de se aposentar e candidatou-se, embolando tudo de vez, aproveitando a deixa de Beto Albuquerque (PSB), que saiu da disputa e foi surfar na onda de Marina como candidato a vice-presidente. Simone Leite (PP), Ciro Machado (PMN), Júlio Flores (PSTU) e Gold (PRP) completam o quadro.
Para o governo do estado, Ana Amélia (PP) vinha confirmando os prognósticos de uma eleição certa. Vinha. Isso até o Datafolha, sexta-feira passada, coloca-la empatada com o governador Tarso Genro (PT), nos 31%. O gringo do PMDB, Sartori, é que vem subindo mais: 17% no mesmo levantamento. Vieira da Cunha (PDT) com 2% e Robaina (PSOL) com 1% são os outros que pontuaram. Estivalete (PRTB) e Humberto Carvalho (PCB) estão, aparentemente, zerados. Aparentemente.
Uau syl, assim podemos esperar tudo no próximo domingo! Quem sabe? Quem pode garantir? O negócio é votar nos (as) candidatos (as) com os quais mais nos identificamos e nos representam, deixando para a urna revelar a vontade, até agora, aparentemente confusa do eleitorado.
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ARTIGO PUBLICADO NA SEÇÃO DE OPINIÃO DO JORNAL PORTAL DE NOTÍCIAS:
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