No dia 31 de março eu e minha esposa estivemos em Porto Alegre na Casa de Cultura Mário Quintana para ver o pré-lançamento do FestiPoa Literária 2012. O evento aconteceu no espaço denominado Jardim José Lutzenberger, ao ar livre. Tudo a ver!

Na primeira atividade uma conversa entre Marcelino Freire (organizador da Balada Literária de São Paulo), Tânia Rösing (organizadora da Jornada de Literatura de Passo Fundo) e Sérgio Vaz (organizador da Cooperifa, de São Paulo); na segunda atividade, um bate papo sobre poesia entre as escritoras Marina Colasanti, Maria Rezende e Martha Medeiros.

Em primeiro lugar digo que fiquei impressionadíssimo com a qualidade dos trabalhos da Maria Rezende e do Sérgio Vaz. Do último eu já tinha ouvido falar numa matéria da revista Caros Amigos, da outra não, fui “plenamente” surpreendido.

Sérgio Vaz leu a crônica Literatura, Pão e Poesia, do livro homônimo de sua autoria. Acachapantes o texto e a interpretação visceral de Sérgio, usando a voz e a expressão corporal! Falou da experiência da Cooperifa – Cooperativa Cultural da Periferia, que todas as quartas-feiras leva poesia ao bar Zé do Batidão, em Taboão da Serra, Zona Sul de São Paulo, atividade denominada Sarau da Cooperifa. É poesia feita e consumida pelas pessoas da periferia mesmo! Só ouvindo o cara para sacar como é legal esse lance.

Já Maria Rezende é dessas pessoas que você deve procurar saber quem é mesmo que não se interesse por poesia. Tem, ao par com Vaz, uma maneira única de interpretar publicamente seus textos, embora, no seu caso, o faça com voz mais intimista e sem ler o texto impresso! Fiquei encantado com a moça, reconheço. Vê-la  declamar poemas como “Pau Mole”, foi uma baita experiência artística. Um talento daqueles!

Nem preciso dizer que comprei o livro de Vaz e Bendita Palavra, livro de Maria, em versão impressa e CD (ah, Pau Mole só tem no CD, eh eh eh eh)

Alem de Vaz, foi interessante observar as nuances de bastidores da organização e historias dos eventos liderados por Marcelino e Tânia. Principalmente da Jornada Literária de Passo Fundo, que é uma referencia aqui no Rio Grande do Sul.

Impagável ouvi-la contando a participação de Moacyr Scliar na primeira edição da Jornada (que teve o apoio decisivo de Josué Guimarães, que articulou a presença de nove grandes escritores regionais e nacionais), quando o literato desembarcou uma semana antes do evento no aeroporto de Passo Fundo, enganado. Ela e o marido tiveram que ciceronea-lo pela cidade em busca da casa de uns médicos conhecidos do mesmo. Ela falando do diminuto tamanho das xícaras de café dos anfitriões era hilário, bem como do almoço em sua residência, onde seu marido serviu um enorme prato ao escritor e o estimulava a comer mais, ante as educadas negativas do comedido literato.

As outras várias histórias sobre a Jornada, em especial como é a luta para conseguir o patrocínio do evento bienal, foram muito instrutivas.

Marcelino Freire, como mediador da conversa, pouco falou da Balada Literária e do seu trabalho como escritor, mas o pouco que disse foi interessante e proveitoso assim mesmo para mim.

Já na atividade poética do final de tarde, ouvir Marina Colasanti e Martha Medeiros foi bem instrutivo e agradável, principalmente a primeira, que nitidamente era uma referência-mor para o público presente, incluída ai minha esposa, que é fã do trabalho dela. A maioria das perguntas do público foi endereçada a ela. As poesias de Martha me surpreenderam positivamente, pois só conhecia a cronista via a sua coluna na ZH de domingo, quando leio. Com certeza ela deveria escrever mais poesia.

A FestiPoa Literária esta na quinta edição e é uma atividade promovida pelo jornal literário Vaia, sendo seu principal articulador Fernando Ramos. Esse ano o escritor honenageado será Ivo Bender.