As greves dos PM's e o estado policial
Se tem uma coisa que as greves de PM's vem mostrando a tempos é a importância que esses servidores públicos tem para a sociedade. Na prática, são eles que garantem o nosso Estado de Direito. Sem eles, é a barbárie da bandidagem.
E os governos o que fazem? Valorizam eles? Não, os políticos do Executivo e Legislativo e os togados do Judiciário aumentam seus salários sem vacilo. Para os barnabés da segurança pública e de outros setores, salários defasados e retirada de direitos.
Como a sociedade pode querer segurança se não percebe a situação de quem está na linha de frente em seu nome, que são os PM's, enfrentando a bandidagem no dia a dia com o risco de suas vidas?
E o que está acontecendo na Bahia e no Rio de Janeiro, com o aval da grande imprensa patronal, é o massacre policial, jurídico e ideológico dos policiais grevistas. Repressão duríssima contra trabalhadores reivindicando direitos: prisões, demissões, processos, arapongagem em celulares e na Internet, todo o rigor (e o vigor) da lei contra os caras, tratando-os com se bandidos fossem.
(E aqui outra questão: a prisão no RJ de policiais a partir do monitiramento das redes sociais e escuta de celulares antes da greve não configura um atentado a democracia, na medida em que se tratavam de trabalhadores se organizando para reivindicar direitos? E isso em governos estaduais de esquerda que apoiam o governo de uma ex-guerrilheira que é oriunda de um governo que anistiou um ex-guerrilheiro italiano. Entenda-se esse mundo e a lógica particular que rege nosso governantes, né?)
Já os politicos, os togados, os donos de jornal e os que tem $$$ continuarão investindo em segurança privada para garantir seu direito à segurança.
Resultado: os PM's vão continuar desvalorizados e o grosso da população sem segurança, sofrendo também ela com um estado policial que se volta até contra a polícia!!!.
Enquanto isso, na Europa, os trabalhadores também sofrem com a crise que tira direitos e coloca o estado policial nas ruas. Tudo se relaciona...
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 12/02/2012
Alterado em 13/02/2012