Seu Ghueddess me olha da janela gradeada, onde está a fazer rapel. Seu uniforme todo preto brilha, incólume ao vento frio da noite de verão.
Seu Ghueddess ali, imponente, inexpugnável para os mosquitos que me atazanam.
Seu Ghueddess, de óculos escuros, nada vê, nada sente, nada ouve, nada fala. Sua mão fixa permanece estendida, seu olhar (que nada vê), igualmente fixo (no horizonte), enquanto segura a corda, horas à fio, impassível.
Seu Ghueddess arranca sorrisos das moças bonitas, que acham graça dele. Nada é mais sincero que o sorriso gratuíto de uma mulher, quando dado assim, à toa.
Seu Ghueddess não sabe disso, mas eu sei. Pior pra mim, melhor pra ele, que nunca rola ansioso pela cama.
Seu Ghueddess não tem sono, não dorme, não sonha.
Seu Ghueddess nunca vai reclamar do frio ou da comida (não sente fome).