João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
Textos
Foto - Jornal Zero Hora
Titanic: a exposição em Porto Alegre.
Hoje curti um programa em família: fui ver a exposição sobre o naufrágio Titanic que está em cartaz no Barra Shopping, em Porto Alegre, com minha esposa e minha filha.
Em primeiro lugar, recomendo-a.
Pra quem curte ir a museu é um prato cheio, mesmo o preço sendo aprentemente salgado: 40 reais. Pra mim tá legal, é o que eu pago pra ver um jogo do Grêmio na Libertadores.
A exposição é bem bolada, estética e literariamente, com fotos, vídeos antigos e atuais e objetos ligados ao naufrágio, recuperados no fundo do oceano.
Conta a história de algumas pessoas envolvidas no naufrágio, e isso é o mais legal de tudo, dá a dimensão humana do fato, pra além daquela coisa de catástrofe espetacular e curiosidade mórbida.
Por exemplo:
O ricaço Jacob Astor que, aos 48 anos, separado e casado com uma mulher de 18 anos, grávida, fica no navio pra morrer afogado, sacrificando-se para dar lugar nos botes às mulheres e crianças. É na hora que a onça bebe água que se conhece o verdadeiro caráter de um homem (só quem já passou por situações extremas, com a vida em risco, sabe do que falo).
Muitos outros burgueses da primeira classe embarcaram nos botes... enquanto a grande maioria dos passageiros da terceira classe e da tripulação sucumbia a hiportemia nas águas geladas do Atlântico Norte, conforme mostra o memorial ao final da exposição.
Um outro que foi sequestrado antes de embarcar e se salvou, sendo que os seus pertences, levados ao navio por um amigo que embarcou e pereceu, foram recuperados em bom estado de conservação por estarem numa mala de couro de excelente qualidade (o couro preto resite bem aos micriorganismos da água salgada, ao contrário do aço).
Um rapaz alemão de 21 anos que ia para os EUA buscar o seu sonho. Sobraram os seus documentos e o seu dicionário de alemão-inglês...
O Sr Andrews, 36 anos, engenheiro reponsável pelo projeto do navio, que só embarcou na última hora, porque o dono da White Star Line (proprietária do Titanic) não pode ir. Acabou afundando junto com sua obra maior...
O passageiro que iria em outro navio e que foi transferido para o Titanic devido ao cancelamente da viagem. Escreveu a um amigo demonstrando sua contrariedade com o fato: "...desejo que o Titanic tivesse afundado...".
(Aliás, a exposição informa, muitos passageiros foram relocados para o Titanic, em virtude de uma greve de mineiros na Inglaterra ter inviabilizado, por falta de carvão, as rotas de vários navios de passageiros)
Foram casos que estavam ali, dentre dezenas de outros, relatados e com exposição de objetos pessoais, que chamaram minha atenção.
Claro que esses objetos (243 ao todo) são a parte ímpar da exposição, e a gente fica pensando... vejam só, um navio naufragado há quase 100 anos, que está a 4 quilômetros de profundidade lá perto do extremo norte dos EUA, a 400 milhas da costa, e agora, no ano de 2011, alguns objetos retirados dos seus escombros estão numa exposição em Porto Alegre, RS. O que é a tecnologia de nosso tempo né, os prodígios que ela opera.
A exposição tem outros pontos altos, na minha opinião:
- a reprodução de uma gabine da primeira classe;
- a reprodução de um corredor e uma escadaria com grade da terceira classe;
- a reprodução de uma cabine da terceira classe, com o sistema de som ambiente dando uma noção do que era ficar na parte mais baixa do navio, perto do ruído e da trepidação da sala de máquinas;
- a reprodução de uma caldeira da sala de máquinas.
Mas a dimensão humana do episódio é o que a exposição revela de mais interessante e instrutivo, pra quem tem olhos pra ver e entender os exemplos que a vida dá em toda a sua amplitude.
Foto - site da exposição
----- * -----
Tenho publicado com mais frequência no
MEU DIÁRIO
www.souzaguerreiro.com/blog.php
Titanic: a exposição em Porto Alegre.
Hoje curti um programa em família: fui ver a exposição sobre o naufrágio Titanic que está em cartaz no Barra Shopping, em Porto Alegre, com minha esposa e minha filha.
Em primeiro lugar, recomendo-a.
Pra quem curte ir a museu é um prato cheio, mesmo o preço sendo aprentemente salgado: 40 reais. Pra mim tá legal, é o que eu pago pra ver um jogo do Grêmio na Libertadores.
A exposição é bem bolada, estética e literariamente, com fotos, vídeos antigos e atuais e objetos ligados ao naufrágio, recuperados no fundo do oceano.
Conta a história de algumas pessoas envolvidas no naufrágio, e isso é o mais legal de tudo, dá a dimensão humana do fato, pra além daquela coisa de catástrofe espetacular e curiosidade mórbida.
Por exemplo:
O ricaço Jacob Astor que, aos 48 anos, separado e casado com uma mulher de 18 anos, grávida, fica no navio pra morrer afogado, sacrificando-se para dar lugar nos botes às mulheres e crianças. É na hora que a onça bebe água que se conhece o verdadeiro caráter de um homem (só quem já passou por situações extremas, com a vida em risco, sabe do que falo).
Muitos outros burgueses da primeira classe embarcaram nos botes... enquanto a grande maioria dos passageiros da terceira classe e da tripulação sucumbia a hiportemia nas águas geladas do Atlântico Norte, conforme mostra o memorial ao final da exposição.
Um outro que foi sequestrado antes de embarcar e se salvou, sendo que os seus pertences, levados ao navio por um amigo que embarcou e pereceu, foram recuperados em bom estado de conservação por estarem numa mala de couro de excelente qualidade (o couro preto resite bem aos micriorganismos da água salgada, ao contrário do aço).
Um rapaz alemão de 21 anos que ia para os EUA buscar o seu sonho. Sobraram os seus documentos e o seu dicionário de alemão-inglês...
O Sr Andrews, 36 anos, engenheiro reponsável pelo projeto do navio, que só embarcou na última hora, porque o dono da White Star Line (proprietária do Titanic) não pode ir. Acabou afundando junto com sua obra maior...
O passageiro que iria em outro navio e que foi transferido para o Titanic devido ao cancelamente da viagem. Escreveu a um amigo demonstrando sua contrariedade com o fato: "...desejo que o Titanic tivesse afundado...".
(Aliás, a exposição informa, muitos passageiros foram relocados para o Titanic, em virtude de uma greve de mineiros na Inglaterra ter inviabilizado, por falta de carvão, as rotas de vários navios de passageiros)
Foram casos que estavam ali, dentre dezenas de outros, relatados e com exposição de objetos pessoais, que chamaram minha atenção.
Claro que esses objetos (243 ao todo) são a parte ímpar da exposição, e a gente fica pensando... vejam só, um navio naufragado há quase 100 anos, que está a 4 quilômetros de profundidade lá perto do extremo norte dos EUA, a 400 milhas da costa, e agora, no ano de 2011, alguns objetos retirados dos seus escombros estão numa exposição em Porto Alegre, RS. O que é a tecnologia de nosso tempo né, os prodígios que ela opera.
A exposição tem outros pontos altos, na minha opinião:
- a reprodução de uma gabine da primeira classe;
- a reprodução de um corredor e uma escadaria com grade da terceira classe;
- a reprodução de uma cabine da terceira classe, com o sistema de som ambiente dando uma noção do que era ficar na parte mais baixa do navio, perto do ruído e da trepidação da sala de máquinas;
- a reprodução de uma caldeira da sala de máquinas.
Mas a dimensão humana do episódio é o que a exposição revela de mais interessante e instrutivo, pra quem tem olhos pra ver e entender os exemplos que a vida dá em toda a sua amplitude.
Foto - site da exposição
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Tenho publicado com mais frequência no
MEU DIÁRIO
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João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 23/03/2011
Alterado em 10/05/2011
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