João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
Capa Meu Diário Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos
Sobre crianças e muros
Dois acontecimentos chamaram a minha atenção no noticiário de ontem e de hoje: primeiro, o fato de uma negra inglesa ter sido mãe de um casal de gêmeos, um de cada raça; segundo, o muro que os EUA irão construir junto a fronteira com o México.

Esse caso de uma negra inglesa (!!!) ter gerado duas crianças, uma com caracteristicas marcadamente afro e outra loira, é um daqueles fatos individuais e isolados que acabam marcando a sociedade como um todo.
Mesmo com o racismo que hoje ainda vemos no mundo, não  surpreende que uma afro-descendente tenha namorado um europeu branco. Isso, por um lado, está se tornando trivial (vemos muitos casais interraciais na atualidade) e, por outro, é até o fetiche sexual de muita gente.
Contudo, existem pessoas que condenam esse tipo de relação, por motivos culturais e raciais. E existem pessoas racistas mesmo, que não gostam de, por exemplo, negros.
Embora a biologia mostre que a miscigenação produz indivíduos mais fortes, as diferenças de raça dividem bastante os seres humanos.
Agora, no caso da negra inglesa, creio que Deus quer nos dizer algo. Algo muito importante.
Uma negra, nascida na terra dos brancos, é mãe de irmãos gêmeos, um branco e um negro. Logo, está mais que na cara, a partir desse caso, que somos iguais. Definitivamente iguais! Raça não existe! Concretamente! Achei isso maravilhoso.
Como os dois serão criados no mesmo país, no mesmo núcleo familiar, serão determinados por uma mesma cultura. A cultura é que, no caso das raças, divide. Culturas diferentes, esse é o ponto. Ponto que não existirá para os irmãos gêmeos.
Repito: essas coisas não podem ser mero acaso. Deus está falando conosco, de uma maneira simples, mostrando concretamente o que encontramos em sua palavra: somos todos irmãos! Cor de pele é ilusão de ótica! Uma negra pariu um loiro!

Enquanto isso, o senhor George Bush anuncia que o governo federal dos EUA irá construir um muro para impedir a imigração dos mexicanos e demais latinos.
Latinos que estão integrados à cultura americana. A miscigenação corre solta por lá. Mulheres latinas chamam a atenção dos loiros americanos, e vice versa. E as pessoas estão casando, amando-se, procriando. Gerando uma outra cultura e biótipo nos EUA. É só ver as Jennifer Lopes da vida, sucesso comercial e símbolo sexual do país. Até a colombiana Shakira começa a ir por lá.
E o muro está sendo erguido, em prol de uma américa branca.
Para evitar que os miseráveis da América Latina vão a "terra das oportunidades" buscar o mundo que assistem na televisão e cinema de seus países, que são reprodutores do modelo de vida americano em virtude de serem rerpetidores dos produtos da indústria cultural e de entretenimento dos EUA e Inglaterra, que é a que tem dinheiro para produzir a cara sétima arte e distribuí-la mundo afora.
No caso do muro, é o homem mostrando a Deus como vê a questão do "somos irmãos".
Por trás desse muro há algo muito maior que a defesa da américa branca e dos empregos dos "ingleses transplantados".
Está a mudança climática que o desenvolvimento industrial alheio à natureza está provocando no planeta, tendo a industria americana como a principal causadora. Não esqueçamos a não assinatura do Tratado de Kyoto pelos EUA, por questões econômicas.
Mas o muro, muito mais que para conter a imigração ilegal, está sendo construído porque o governo americano sabe muito bem o que as alterações climáticas irão ocasionar no planeta. Sabiam, aliás, muito antes de nós, que estamos vendo a coisa agora que o processo já está em curso.
Ano passado vazou um relatório da CIA com estudos técnicos e projeções sobre o assunto, que foi publicado aqui no Brasil pela revista Carta Capital e internacionalmente pela revista The Economist. Quem tiver interesse, pode buscar informações na Internet sobre o tal relatório.
Nele, está previsto que as temperaturas irão subir muito no hemisfério sul do planeta (isso mesmo, nós e os africanos vamos nos danar ainda mais!) e esfriar no norte, principalmente na Europa.
A América do Norte será o continente menos afetado pelas transformações nos próximos anos. A do Sul o mais atingido e onde os efeitos seriam mais danosos, com falta d'água e decorrente escassez de alimentos. E tudo isso numa velocidade bem maior do que se imagina!
Claro, é um relatório com projeções técnicas, não é a realidade, que pode ser menos dramática... ou mais!
A tese deles é que o efeito das mudanças será como o emborcar de uma canoa: à medida em que ela emborca e a água vai entrando, cada vez mais rápido ela afunda. Assim, as alterações climáticas se dariam cada vez mais rápido, em progressão geométrica. Coisa de duas a três décadas, com sintomas bem visíveis a partir da primeira (em que já estamos). É tétrico!
E o muro? Bom, no tal relatório ele entra como uma necessidade premente dos EUA, a fim de evitar a migração em massa, via México, da população do hemisfério sul.
Não viriam mais em busca do sonho americano, mas sim da possibilidade de uma vida com água e comida. Ou seja, pela sobrevivência!
Daí o que o governo dos EUA quer com o muro é, protegendo-se, deixar toda essa população do planeta entregue a sua contingência, impedindo que ela corra em massa para o país e, tal qual uma horda de bárbaros ou praga de gafanhotos, devaste os seus recursos agropecuários, levando para lá todo o caos de uma superpopulação faminta e sem nenhum tipo de condição de vida econômica ou social.

Pois o muro vai ser construído!
O homem mostra que é cada um por sí.
Deus mostra que olha por todos e que todos somos iguais.

----- * -----

Depois de eu ter escrito esta crônica, eu tive acesso à
entrevista concedida pelo inglês James Lovelock à Veja.
Ele foi o criador da teoria de Gaia, em que a Terra é um organismo vivo e compromissado com todas as formas de vida, não somente com o homem.
O Título da entrevista é "A vingança de Gaia".
Nela o cientista inglês diz que só a energia
nuclear pode adiar o desastre: “O aquecimento global já passou do ponto sem volta. A situação se tornará insuportável lá por 2040″.
Essa entrevista pode ser acessada pela Internet.
Recomendo também, sobre o assunto, o site do Greenpeace (www.greenpeace.org.br).
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 27/10/2006
Alterado em 03/11/2006
Comentários