Estou voltando a esse assunto no RL, depois de ter publicado aqui a crônica “Argentina: deixem os hermanos em paz seus bêbados midiáticos" ( www.souzaguerreiro.com/visualizar.php ), em virtude de um fato que ocorreu nesta segunda-feira, em Porto Alegre, com o meu cunhado mais novo, que eu já havia citado no mesmo texto.

Ele estava andando na Rua da Praia com dois amigos e um homem começou a lhe ofender em voz alta. Motivo: ele estava com uma camisa da seleção argentina. Como ele é cabeludo, pode ser que o sujeito pensou que ele era argentino.
O mais interessante é que o homem estava, segundo o meu cunhado (ele me contou na terça-feira), com um colete de uma equipe de uma conhecida TV local, junto com uma moça e outro homem, com equipamentos de externa. Mais interessante ainda é que o homem, que devia ter entre 35 e 40 anos, conforme o relato, era negro. Pois vejam, um negro deveria ser a última pessoa a ter atitudes preconceituosas, justamente pelo fato de sua etnia historicamente ter sofrido (e ainda sofrer) esse tipo de coisa.
Ainda bem que o rapaz estava num dia muito bom e não teve vontade de revidar. Aliás, segundo o seu relato, ninguém ali fez coro ao infeliz, o que foi uma boa coisa, pois dá pra deduzir que ninguém se identificou com tal atitude.
 
Em meu outro texto eu já tinha até cantado essa pedra. E imagino que lá na Argentina uma pessoa que use uma camisa do Brasil sofra com a mesma coisa. Um absurdo total, um preconceito intolerável.
Não vou repetir os meus argumentos anteriores, quem não leu e se interessar leia aquele texto. Apenas vou reafirmar sucintamente: a culpa é em boa parcela da mídia, que em comerciais e programas de rádio, jornais e TV inculca essa rivalidade tola entre brasileiros e argentinos que está ultrapassando a da brincadeira do futebol e se tornando uma intolerância entre o povo dos dois países.

Chega! Fica aqui novamente o meu registro e o meu protesto, como brasileiro, sul americano e cidadão do mundo contra esse tipo de coisa.