João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
Capa Meu Diário Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos
Strippers Zumbi
Roteiro e direção de Jay Lee
94min – Ação/Terror
EUA – DVD 2008


Depois de ter assistido “Matadores de Vampiras Lésbicas” e “Zumbilândia”, encerro minha “trilogia” de resenhas de filmes do gênero com esse texto. E se acharam os outros dois difíceis de encarar, esse então está além da imaginação...

Imaginem um filme trash bem grotesco e sanguinolento. Imaginaram? Então agora também imaginem um filme de ação/comédia/terror/erótico com citações políticas, filosóficas e sociológicas e temperado com ultraviolência explícita. Imaginaram tudo isso? Pois imaginaram As Strippers Zumbi.
Uma obra prima, visto reunir tantos atributos? Não! Um filme às vezes não é o que parece ser e surpreende. Strippers parece uma bomba, mas não é. Eis a surpresa!

Entretanto não é um filme pra olhos sensíveis e estômagos fracos. É pra quem curte heavy metal extremo e trabalha em açougue. Quem não está acostumado com essas linguagens não consegue assistir Strippers.
Como filme trash, ele tem aquela marca de tosco, de rude, de filme B, mas sabemos também que pra fazer um filme B o cara tem que estar além do beabá. Igual a tocar metal extremo: o cara tem que dominar o instrumento num certo nível técnico, senão não consegue.

Tá, vamos ao filme:
O governo dos EUA está sob a quarta administração consecutiva de George W Bush, que venceu a eleição com os votos da Flórida, onde apenas o voto de seu irmão governador foi computado mas, mesmo assim, a Suprema Corte, presidida por sua filha, validou o pleito.
O governo também desenvolve uma nova tecnologia para suprir a falta de soldados para os inúmeros front’s de guerra em que o país está envolvido: soldados zumbis. Descobriram um vírus que cria zumbis e o governo está desenvolvendo um projeto pra ciar soldados imortais. Só que o vírus tem o problema de, ao passar de pessoa para pessoa, perder a força de manter as faculdades mentais do indivíduo intactas, o que gera apenas seres idiotas desengonçados e sedentos de carne fresca.

Eis que uma falha de segurança no laboratório faz com que as cobaias do experimento comecem a atacar os funcionários e cientistas. Uma equipe de elite do exército é chamada pra resolver o problema, ou seja, exterminar os zumbis. Aqui tem uma cena muito engraçada: o cientista responsável explica para o Capitão “Camus” (uma referência ao escritor francês) que as cobaias zumbis felizmente não são militares treinados, mas sim os excluídos da sociedade americana, tipo imigrantes, negros, desempregados, etc. Esse é mesmo estrato de onde saem os soldados americanos. Como diria o José Simão, “:mais direto, impossível”. Ah, por falar nisso, o laboratório contratado pelo governo é das empresas “W Industries”. Mais direto...

No tiroteio, um soldado é mordido (e, logo, infectado pelo vírus) e foge pra rua, com medo de ser eliminado pelos colegas.
Cambaleando aqui e ali acaba entrando numa boate clandestina de strepteese (ah, uma das medidas do governo de W Bush é proibir tais boates). Depois de algum tempo, ataca e mata uma dançarina, mordendo-a no pescoço. Bueno, daí vocês já sacaram que a moça vira zumbi. Mas ela melhora na dança (ah, o vírus funciona melhor em mulheres) e o ladino dono da boate (personagem vivido por Robert Englund, ator que também interpretou Freddy Krueger na série A Hora do Pesadelo) começa a ganhar mais dinheiro, pois o público de jovens tarados e cheios da grana adora a “novidade”.

Bueno, não vou adiantar mais nada do enredo de Streppers senão eu acabo contanto todo ele e estragando a surpresa de quem queira assiti-lo (coisa que eu não recomendo mesmo, assista se a sua curiosidade insistir, por sua conta e risco, assim como eu fiz).
O engraçado do filme é ver a strippers lendo Nietzsche, citando filósofos existencialistas e dramaturgos franceses e outras coisas do tipo, o que dá um tempero surreal ao filme.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 21/05/2010
Comentários