Matadores de Vampiras Lésbicas ?!?!Quando vi o título na locadora de vídeo não resisti: tenho de olhar esse filme!
Um título desses merece uma locação. Passou nos cinemas, mas eu nem
tinha percebido.
Mas o mesmo título já avisa: é um filme trash, é humor adolescente, é 99%
de chance de ser uma bomba. Nesses casos, sempre lembro o que ouvi num debate sobre rock’n roll na rádio Ipanema FM nos anos 80, quando um dos roqueiros convidados disse: “Sabe cara, tem banda que é tão ruim que
chega a ser boa!”. Nunca esqueci essa frase, nem lembro o cara que a disse.
Com filmes trash é assim: alguns são tão ruins que chegam a ser bons! Tipo
assim aquele documentário que os caras fazem no filme Saneamento Básico,
do Jorge Furtado. Tosco até a alma, cru até o osso, amador de série inicial, mas
tem aquele algo mais, entende? Se não entendeu, pare aqui de ler esse texto.
Você nunca o compreenderá e estará só perdendo seu precioso tempo , creia.
“Matadores de Vampiras Lésbicas”! Imagine só, o cara que bola um título
desses! Devia estar nas últimas de porre e teve a idéia, pois essas idéias trash geniais só nascem movidas por alcool. No caso, não sei se foi um cara ou mais,
se o diretor Phil Caydon ou os roteiristas Stewart Willians Paul Hupfield, ou até
os três.
Em primeiro lugar, matadores não é um tradicional filme trash ou tosco, pois
tem uma produção considerável, efeitos visuais, maquiagem de qualidade. Mas
é bem juvenil mesmo: trilha de rock’n roll, muita jovem bonita, linguajar
desbocado, humor, apelo sexual, aquelas coisas todas que se percebe hoje
em dia nos filmes para tal faixa etária.
O lado trash do filme é a história e o roteiro mesmo, totalmente estereotipados
com base naqueles filmes antigos de terror vampiresco, cheio de chavão. A originalidade está mesmo no lance das vampiras serem lésbicas. Eu,
pelo menos, nunca tinha visto vampiras lésbicas no cinema.
A história é assim: Há muitos anos atrás, uma vampira apareceu numa
aldeia e transformava suas vítimas em vampiras lésbicas. Um barão, ao
voltar das cruzadas, viu que a tal vampira tinha seduzido sua bela esposa.
Ela mata a vampira, mas antes ela lhe joga uma maldição, dizendo que
todas as jovens do povoado virariam vampiras lésbicas aos 18 anos e
que ela ressurgiria quando o último membro da linhagem do barão fosse
morto junto com uma virgem.
Nos tempos atuais, o último da linhagem é um babaca sacaneado pela
namorada, que resolve sair de férias pela Inglaterra com seu amigo gordo fracassado que não come ninguém (dublado por João Gordo). Acabam
chegando na dita aldeia, até hoje amaldiçoada. Bem o resto vocês
imaginam. Não vou contar pra não estragar a surpresa (?!?!) e porque
não é nada de interessante mesmo.
Buenas, a dublagem do João Gordo (VJ da MTV, vocalista punk da Ratos do
Porão) achei fraca, não que tenha ficado ruim, mas achei que não valorizou o personagem do gordinho, que é o que mais se destaca no filme. O
desenvolvimento do filme também não é essas coisas, o humor tem alguns momentos engraçados, mas o lance mesmo é ver Matadores de Vampiras
Lésbicas pelo inusitado da história.
Nem é assim “tão ruim que chega a ser bom”, é um tremendo “mais ou
menos” que tem os seus momentos de “mais”. Ele é mais como uma
piada que acaba ficando muito longa. Ah, tem 86 minutos, o que, para um
filme, não é muito. Mas acho que poderia ter uns 20 minutos a menos
que não faria muita diferença.
Matadores de Vampiras Lésbicas. Pra começar um domingo pela manhã,
eu me diverti. Mas não vá locar só porque eu disse, pra depois, se não gostar
(99% de chance se tiver mais de 20 anos), colocar a culpa em mim.
(O Pablo, meu sobrinho, tem 17 e me pediu emprestado o filme agora à pouco.
Acho que vai gostar...)