João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Desejo de Matar I(nfinito..)

Hoje de madrugada olhei dois filmes: "Busca Implacável", com Liam Neeson, e "Valente", com Jodie Foster. Pois os filmes, lançados em 2008, lembram demais a questão sucitada por Charles Bronson com a série de quatro filmes "Desejo de Matar", feitos nos anos 70, principalmente "Valente".
No filme Desejo..., Bronson vive um cidadão normal que é vítima de uma tragédia: bandidos invadem a sua casa, estrupam e matam sua mulher e sua filha, também vítima, fica catatônica. Depois disso, passa a andar pelas ruas, armado, exterminando a bandidagem.
Em Valente (que tem um texto muito bom!), Foster e seu noivo são atacados por marginais, espancados barbaramente, o que causa a morte dele. Ela é uma locutora de rádio. Vai na polícia e só vê burocracia e frieza. Compra uma arma e começa a fazer exatamente como Bronson, sem tirar nem por, ou melhor, a atirar e por balas nos bandidos (se me permitem a gracinha).
Já Busca.. (um excelente filme de ação!) apresenta Neeson como um agente secreto aposentado e divorciado que busca reconquistar o tempo perdido em sua relação com a filha. Ao viajar à França com uma amiga, a guria é sequestrada por uma quadrilha de imigrantes albaneses que trafica mulheres. Buenas, Neeson vai atrás dos caras e não tem nenhuma intenção de prendê-los, se é que me entendem. Lá, retoma alguns contatos e descobre que a polícia francesa faz vista grossa pra coisa toda levando um troco por fora.
Já se vão quase 40 anos dos filmes de Bronson mas a questão ainda é atual: como o cidadão comum pode lidar com a  violência urbana ante a ineficiência da policia, a corrupção e os meandros da lei, que muitas vezes acabam servindo aos bandidos com grana, bons advogados e boas relações políticas?
Bom, vocês já viram a resposta que todos esses filmes, através dos tempos deram né. A mesma lógica do Capitão Nascimento: "manda a conta pro Papa!"
Os problemas referentes a segurança pública e a violência urbana só aumentam. E fica claro realmente que as garantias legais levam os poilicias a agir limitados pela lei no combate aos bandidos, que atuam sem limite nenhum, obviamente.
E é esse o grande tema que os filmes colocam:
A lei acaba jogando a favor dos bandidos ao atar as mãos da polícia, ou seja, a lei, concreta e paradoxalmente, impede que a justiça seja feita?!?!?!
Em todos os filmes acima mencionados, a justiça se faz à margem da lei, na verdade em confronto com ela.
Trinta e tantos anos e a sociedade ainda corre em volta do próprio rabo, renovando sua paranóia e a sua esquizofrenia: o estado de direito que nos garante os direitos individuais também serve instrumentalmente aos que praticam as mais variada formas de crimes.
Quem soluciona essa questão? Ou ela é insolúvel e será eterna? Como abrir mão da Lei? Como lutar com eficiência contra o crime e fazer justiça antes alguns limites impostos pela Lei?
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 06/10/2009
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