TITANIC,
97 ANOS DO NAUFRÁGIO
Só o amor dá cor pra vida!
Hoje faz 97 anos que o famoso transatlântico bateu no iceberg e foi a pique. Melhor, ele foi a pique na madrugada do dia 15, tipo assim às duas da manhã. Bateu no iceberg às 23:40, conforme conta a história.
Mas eu não vou falar aqui do naufrágio, uma história por demais batida por todos aqueles motivos de sempre: uma grande tragédia, morreu muita gente rica da época, era tido como inafundável, era o maior e mais luxuoso navio de então, estava em sua viagem inaugural, etc, etc, etc, etc...
Porisso a incoerência do título dessa crônica com a imagem escolhida, que é do filme Titanic, lançado em dezembro 1997.
Explico a incoerência: é que a idéia de escrever sobre o filme veio hoje de manhã, quando abri o Correio do Povo e li na página de história uma referência sobre o naufrágio do Titanic.
Mas eu queria era falar sobre o filme e sobre o amor, sobre coisas da vida.
E disso a foto acima expressa muito, pois o que tem melhor que um grande amor correspondido, em plena realização? O primeiro beijo na pessoa amada...
No verão de 1998 eu trabalhava em Santo Antônio da Patrulha e quando passava por Porto Alegre, antes de pagar um ônibus pra Charqueadas, eu aproveitava pra ir ao cinema. Virou hábito.
E o filme Titanic fou uma febre na época, um verdaddeiro fenômeno cultural, quem tinha mais de dez anos deve lembrar bem. E com méritos, pois o filme era bom mesmo. Uma obra prima de um grande diretor, James Cameron. Recorde de público, de faturamento, de prêmios, enfim, um marco da indústria cinematográfica no século 20.
Eu aguardava há meses pelo filme, pois sempre fui fâ de Cameron (desde Aliens, O Resgate) e ficava na expectativa quando sabia que ele estava dirigindo um novo filme. Sempre fui fissurado em navios, mar, essas coisas. Adorava filmes de caravelas, desenhava tudo o quanto é tipo de navio quando garoto.
Numa das vezes que eu fui ver o filme (vi mais de cinco!) no extinto cine Imperial, na Rua da Praia, em frente a praça, ao sair pelo corredor do cinema, vi três moças chorando sentadas lado a lado numa fila. Pareciam as irmãs Cajazeiras, da novela O Bem Amado! Era a minhã irmã e mais duas amigas, também minhas conhecidas, de Charqueadas. Foram assitir o filme no mesmo cinema e no mesmo horário, por coincidência.
Viver é sobreviver!
Uma dessas conhecidas, uma pessoa muito legal, faleceu há um par de anos. A vida é assim mesmo, uns morrem afogados, outros morrem por outros motivos, outros sobrevivem, com a dor, com o amor, levando a sina.
No filme, a protagonista (interpretada pela bela Kate Winslet - gosto de mulher fofinha), encontra o amor, que dá cor pra sua vida, que a liberta. E ela sobrevive, mas perde a presença física deste amor. Segue adiante. Viver é sobreviver.
Foi um grande filme, realmente, que falou de amar e de sobreviver. O verão de 1997/98 foi marcado pela repercussão social do mesmo...
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ANEXO:
Alguns dados sobre o naufrágio
Fonte - site Discovery Chanel
Às 23h40, os dois vigias da torre assustaram os oficiais quando começaram a gritar a mensagem alarmante “Iceberg bem à frente!”.
O Primeiro Oficial Murdoch teve menos de um minuto para reagir. Ele decidiu parar o navio imediatamente e reverter os motores a todo vapor. Dessa forma, ele evitou uma colisão frontal, mas foi impossível parar completamente o navio, e a proa colidiu com o iceberg. Mais tarde, Murdoch, que não sobreviveu à tragédia, foi duramente criticado por sua decisão. De acordo com os analistas, a melhor escolha teria sido a colisão frontal com o iceberg. Apesar da proa ser danificada, o navio provavelmente não teria afundado.
Após a colisão, a primeira impressão da torre de comando é que eles haviam tido sorte na manobra. Os poucos passageiros que ainda estavam acordados praticamente nada notaram. Apenas poucas pessoas saíram para o deck para ver o que havia acontecido. Mas quando ouviram que o navio havia “apenas” arranhado um iceberg, eles voltaram para o conforto das cabines e salas de convivência.
Lá embaixo, nas entranhas do navio, os efeitos da colisão com o iceberg eram mais visíveis. Os bombeiros e engenheiros ouviram o barulho do choque e viram a água jorrando. A ordem era selar imediatamente as escotilhas para cortar a corrente de ar para as fornalhas. Mas a sala de correspondência já estava inundada quando o Capitão Smith e um construtor naval investigaram a situação vinte minutos após a colisão. O casco do navio era divido em 15 compartimentos impermeáveis, se apenas quatro deles tivessem sido danificados, o navio teria conseguido flutuar, mas cinco deles haviam sofrido danos. Como estes logo ficariam cheios de água, inundando também os outros compartimentos, o Titanic estava destinado a afundar. O construtor naval calculou que restava no máximo uma hora para evacuar o navio. O Capitão Smith não perdeu tempo. Ele sabia que no mínimo 1000 pessoas teriam que permanecer a bordo, já que não havia botes salva-vidas suficientes para todos.
Por volta das 0h15, ele deu ordens para tirar a cobertura dos botes e enviou um SOS. Esse sinal acabara de ser introduzido nas embarcações da época, e o Titanic era um dos primeiros navios a usá-lo. Quando os foguetes sinalizadores foram disparados, os passageiros perceberam que algo terrível havia acontecido. Muitos haviam seguido as instruções e já aguardavam no deck dos botes, vestindo coletes salva-vidas.
O acesso aos botes salva-vidas seguia uma regra geral simples: mulheres e crianças primeiro, independente de suas posses. A bombordo, o Segundo Oficial Lightoller coordenava o embarque nos botes; a estibordo, ficava o Primeiro Oficial Murdoch.
Por volta das 0h25, o primeiro bote foi lançado, apesar de levar apenas 28 passageiros da primeira classe, quando havia 65 assentos disponíveis. Enquanto Lightoller teve que insistir em deixar apenas as mulheres e crianças embarcarem primeiro, Murdoch estava tendo problemas para convencer as pessoas a entrar nos botes. Inicialmente, muitas pessoas ainda acreditavam que o Titanic era mais seguro. Algumas senhoras de mais idade foram até obrigadas a entrar nos botes contra sua vontade. Enquanto isso, cenas dramáticas aconteciam no deck. A milionária Ida Straus se recusava a ser resgatada para, depois de um longo casamento, ter que se separar de seu marido.
Outros homens, corajosamente, disseram adeus às suas famílias. Os passageiros da terceira classe foram os últimos a saber da colisão. Alguns só perceberam o desastre quando suas cabines já estavam inundadas. Em pouco tempo, o caos tomava conta do Titanic.
Em apenas uma hora, 25 mil toneladas de água inundaram o navio. Por volta da 1 hora, a proa já estava embaixo d’água. A banda de música ainda tentou manter elevado o moral dos que estavam condenados à morte, tocando animados ragtimes. Alguns passageiros pareciam ignorar o que estava acontecendo. Na sala de fumantes da primeira classe, homens jogavam baralho tranquilamente.
O herdeiro dos Guggenheim insistiu em vestir seu melhor traje de noite, dizendo que ao menos preferia “morrer como um cavalheiro”. Por volta da 1h30, quando a proa já estava totalmente submersa, as pessoas mal conseguiam se manter em pé no deck inclinado. Alguns passageiros tentaram pular dentro de um dos botes salva-vidas, quase lotado, mas foram impedidos por tiros de advertência.
À 1h55, até o homem mais rico a bordo, John Jacob Astor, teve que aceitar que seu dinheiro não valia mais nada. Ele levou sua esposa grávida para um bote salva-vida e pediu permissão para embarcar com ela.
Mas o Oficial Lightoller foi irredutível: somente mulheres e crianças. O bote finalmente foi lançado, com apenas dois terços de sua capacidade.
De acordo com os sobreviventes, assim que todos os botes foram baixados ao mar, uma estranha calma percorreu os decks. Às 2h15, a água havia atingido o nível da primeira chaminé. Estalos e ruídos se seguiram. A luz do navio começou a tremeluzir e finalmente se apagou. A popa do navio se inclinou em um ângulo de 45 graus. O peso enorme e crítico no ponto entre a terceira e a quarta chaminés foi o golpe de misericórdia: o navio se partiu, logo abaixo da metade.
Puxada para dentro da água, a parte maior que restou elevou-se novamente, a 75 metros de altura, e então o navio impossível de ser afundado finalmente soçobrou.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 14/04/2009