João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Feliz Aniversário
Char
queadas,
27 aninhos...



Ô Charqueadas,
cidade querida,
hoje é teu aniversário,
abre os braços dessas ruas
que hoje são todas irmãs!
Deixa o sol de março
brincar no riso das tuas manhãs...





Fotos (Parque Municipal):
1 - Santa Bárbara 2 - Parque Municipal

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ANEXO
Coluna de Antônio Bacamarte publicada no Jornal A Região em Maio de 2008, sobre o significado da data de 28 de março para Charqueadas.
Transcrita com a autorização do autor:

28 de março: A vitória! 

    Nas colunas anteriores vimos o plebiscito de 28 de março de 1982 e, após, voltamos no tempo, aos primórdios do processo emancipacionista em 1967. Também fizemos referência a incipiente tentativa de anexação a Arroio dos Ratos, em 1975, e a retomada do processo de emancipação em 1979, liderado, dentre outros, por Silmar Berbigier e Jayro Dornelles. Hoje vamos concluir essa história...
    Criada a Comissão Central Pró-emancipação naquele 16 de outubro de 1979, o trabalho recomeçou. Conforme Saldino (1986, p. 132), “foram visitados e convidados os eleitores residentes e domiciliados em Charqueadas a endossar a representação dirigida à Assembléia Legislativa, para a criação do novo município de acordo com o parágrafo único do artigo 1° da Lei Complementar nº 1, que regula as emancipações. Assinaram 232 eleitores com os seus respectivos títulos eleitorais, e reconhecidos na forma da lei no Cartório Distrital de Charqueadas, pelo escrivão Jayre Santana Pereira.”
    Além de Charqueadas, mais 21 comissões emancipacionistas foram criadas no Rio Grande do Sul à época, o que gerou um Movimento Estadual com boa dose de força política e que teve na presidência Jayro Dornelles. Palácio Piratini, Assembléia Legislativa e Congresso Nacional entraram na agenda de trabalho da Comissão Estadual, reunindo com as respectivas autoridades visando realizar os objetivos emancipacionistas.
    Em 4 de dezembro de 1981 (dia de Santa Bárbara!), após dois anos de trabalho político, a Assembléia Legislativa aprova o processo de emancipação de Charqueadas. O governador Amaral de Souza vem a Charqueadas participar de um churrasco e defende a autonomia administrativa da cidade. O aval do prefeito de São Jerônimo José Manoel G. de Souza e do deputado Nivaldo Soares, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa, deram consistência ao processo, devido a questão complicada da perda de arrecadação pelo município sede.
    Buenas, mas do jeito que a coisa já estava era só esperar o juiz apitar, bater o pênalti com a goleira vazia e correr para o abraço. E o juiz apitou! A autoridade judiciária eleitoral determinou que o pênalti seria cobrado no dia... 28 de março de 1982!!!! A confiança tomou contra da torcida charqueadense, que acreditava na vitória. Uma semana antes, no dia 21 de março, um festerê daqueles foi organizado: às seis horas da manhã queima de fogos; às nove horas um desfile que reuniu várias entidades sociais e culturais e instituições de ensino pela Av. 1º de Maio, onde o povão estava, aplaudindo eufórico.
    Então, no dia marcado, ao soar o apito, 4.667 jogadores charqueadenses chutaram aquela bola e estufaram as redes, decretando a vitória de Charqueadas!
    A história não é feita de fatos e de coisas, mas de pessoas de carne e osso, sujeitos ativos da história: Carolino Euzébio Nunes, Silmar Berbigier, Orlando P. de Matos, Vespúcio de O. Gomes, Zélia Pires, Ister G. de Souza, Sara M. Peres, Osvino da R. Cruz, Jayro J. Dornelles, Aldo M. dos Santos, Pedro A. Rech, Nelson Grings, Newton B. Berbigier, Anápio de S. Ferreira, Celso L. Kassick, Newton B. Alves, Gilberto Jung, Saldino A. Pires, Libório F. Bastiani, Luis Carlos Prates e Élbio A. Schonhofer, os 232 que assinaram a representação à Assembléia Legislativa e os 4.667 que saíram de casa para dizer “sim” pra Charqueadas naquele glorioso 28 de março de 1982, catártico por ser o dia da materialização do sonho de toda uma gente. A toda aquela geração emancipacionista, nosso agradecimento e nosso louvor. Que Deus vos abençoe e que a história lhes dê morada.

No dia 28 de março de 1982 foi feita a consulta plebiscitária entre os eleitores de Charqueadas, para que os mesmos votassem “sim” ou “não” à emancipação.     Transcrevo uma passagem da página 140 do livro “Charqueadas: sua origem, sua história, sua gente” do jornalista Saldino Antônio Pires: “A votação ocorreu sem alteração e, no dia 29, foi feita a apuração no salão nobre do INPS, agência de São Jerônimo (...). Às 17:30 horas, em sessão pública, especialmente convocada, foi proclamado o resultado do plebiscito, cuja votação final foi a seguinte: Sim – 4.667 votos; Não – 31 votos; Brancos – 9 votos; Nulos – 8 votos. Dos 7.273 eleitores inscritos, votaram 4.715 eleitores. Deixaram de votar 2.558 eleitores”.


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ANEXO 2

Canção:

LAMINA DO AÇO
Alberto André Pereira e Carlos Patrício

O Calor, o sal e o sol
que faz da gente charque
carne seca
o carvão
Que gera energia
e move as máquinas
ilumina as casas
e liga a televisão
Deixando só, cinza e pó
o fogo que funde as idéias
e molda as mentes
E forja seres de ferro
e produz nervos de aço...
Temperado aço
Lamina do aço, fino aço
Duro e frio...
Aço!


PRA MIM ESSA CANÇÃO É A QUE MELHOR SINTETIZA A HISTÓRIA DE CHARQUEADAS, DE UMA FORMA POÉTICA MUITO BEM CONCATENADA.
OS NEGRITOS NOS TERMOS "CHARQUE", "CARVÃO", "FERRO" E "AÇO" REFEREM-SE AOS CICLOS ECONÔMICOS DA CIDADE: PRODUÇÃO DO CHARQUE DE CARNE BOVINA, MINAS DE EXTRAÇÃO DE CARVÃO MINERAL, INDÚSTRIAS DE METALURGIA.


João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 28/03/2009
Alterado em 29/03/2009
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