João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Textos
O marido mala da escritora
Triiimmm. Triiimmm. Trii...
- Alô. Edvar.
- É da casa da Soraia? Ela está?
- Sim.
- Poderia me passar ela, por favor?
- Impossível. O fio do telefone é muito fino. Ela não "passa".
- Olha, eu não estou incomodando, né?
- Não. Está “ligando”.
- Ah tá... bem... sabe..., é que eu queria ver se ela está a fim de entrar num livro que a gente vai publicar, com escritores locais.
- Mas deve ser um livrão bem grande esse, né? Para ela poder “entrar” nele...
- Ô meu senhor ...
- Não sou senhor de ninguém. E é “Edvar”, já falei.
- ... você esta de gozação comigo? Eu tô ligando numa boa.
- Pensei que estivesse ligando “num telefone”.
- Você vai ou não vai chamar a Soraia para mim?
- “Para você” não. Ela já é comprometida comigo.
- Peraí, não foi isso que eu quis dizer.
- Correto. Você não falou “isso”.
- Ah, vai se catar seu bosta!
-Bosta não, é Edvar, já falei. E é impossível eu "catar" a mim mesmo.
(Clak)
- Alô, alô...
(Túúúúúúú’) ...
- Desligou. Nem me disse o nome. Mal educado. Êta gente difícil de lidar.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 29/04/2006
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