Passou o temporal e,
contrariando minha expectativa,
nada mudou:
você não voltou,
não te encontrei.
As flores continuam a nascer,
contudo sem a mesma graça de antes.
Tudo voltou à enfadonha normalidade.
Reencontrei os amigos
e isso foi bom,
mas meu coração
não está mais aqui.
Nem eu sei onde ele está,
pois como não te vi mais
perdi o paradeiro de ambos.
A vida segue, como sempre,
assim como o sangue corre nas veias
e cada dia amanhece,
saudado pelos passarinhos,
iluminando o verde.
Ah, o verde, meu alento.
A água limpa,
o café da manhã,
o sorriso amigo,
o cumprimento sincero.
Realmente,
a vida é feita de sonho,
de esperança
e do conforto das coisas pequenas
que sustentam a alma,
valorizando essa dádiva
que é viver.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 06/09/2008