Hoje às 08h minha mãe ligou do hospital para o telefone da Rosliane, para minha surpresa, eu que estava muito triste. Muito lúcida, o mais que a ouvi desde o dia 31 de dezembro. A cuidadora, Eva, fez a ligação pra ela.
Cantou um pouco, disse que encontrou uma médica cantora, reclamou que o seu repertório está defasado e que eu tenho que atualizá-lo pra ela - mencionou Chico Buarque, entre outros. Cantou uma canção do Noel Rosa e eu reconheci, ela ficou faceira e disse que eu era um ás da música. Respondi que era de tanto ter ouvido e lido os discos da História da MPB que ela comprava quando estudava música no Palestrina, em Porto Alegre, nos anos 70 e 80.
Mãe, mãezinha querida, na dificuldade - na imensa dificuldade e stress pelo qual está passando, com a saúde muito frágil - é forte e positiva, sempre. Mulher admirável. Disse pra mim ligar pro pai, mas nas duas vezes que tentei, uma tocou até cair e outra nem chamou.
Fiquei emocionado. E aprendi mais uma vez com essa mulher de espírito forte e determinado que é a minha mãe, mesmo que o seu corpo esteja tão frágil e debilitado: uma lutadora, na acepção total desta palavra.
PS - Entretanto, a coisa está assim desde o dia 31, conforme a Emília. Ela alterna poucos momentos de lucidez com momentos de delírio ou de sair do ar. Acabei de ligar (21:20h) para a prima Araci, que está com mãe no hospital, e ela me informou que a mãe "saiu do ar" de novo desde as 13 horas.
Aqui sob a sombra da ameixeira, lembrando do que li numa crônica do J Estanislau lá no Recacanto das Letras, sobre como é fácil destruir e diíicil fazer. Levei do dia 1º a 4 de dezembro montando a decoração exterior de casa para o Natal e, dia 6 de janeiro, durante três horas pela manhã e uma hora pela tarde, desmontei tudo. Devo ter trabalhado mais de 24 horas, no total, para fazer todo o serviço de montagem. Agora tá assim a ameixeira, limpa. Vou colocar uma luz verde sobre ela, já encomendei com a Manuela tudo - a esposa do Pedrinho trabalha na loja de produtos elétricos do seu pai, o seo Nairo Delfin - Ah o seo Nairo está pedalando de Charqueadas até o Chuí. Galo!
Ontem, sábado, minha mãe foi operada no fêmur. Entrou às 15:30h e saiu às 19h, como o esperado. Minha irmã estava no hospital - foto acima dela com a mãe depois da operação -. Tudo ok, graças. Estou tranquilo, pois as demandas com a mãe e as profissionais se encaminharam bem, a princípio. Na noite anteior me deu uma moleza, uma fraqueza e um relaxamento, de tanto alívio, e eu dormi por sete horas, coisa que há tempos não ocorria.
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Ontem fizemos um churras, o cunhado Pedrinho veio com a Manuela e o Artur - passaram todo o dia com os pais dele, na casa do seo Pedro. Eu assei aqui em casa. Era aniversário da Sílvia Regina, 56 anos. Além destes, a dona Eva. A Maria Laura estava aqui, também - ela nascei dia 14 de julho, mesmo dia em que o meu pai fez 80 anos. Joguei água com a mangueira pro lado de lá e dei um banho nela. Muito querida a menina, educada e ativa. O avô materno veio buscá-la e ela não quis ir. Daí veio a Michele, ex-mulher do Pablo, sua mãe, e a Laura foi. A Michele disse que o Artur não se parece com o Pedro. Só eu e ela dizemos isso. Mas eu acertei que a Laura era parecida com ela, não com o Pablo. Vamos ver, o guri está crescendo e é uma criança simplesmente adorável e encantadora.
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Sempre lembro que os nívers de início de janeiro são, pela ordem: Gilmar (2), mãe (3), o Jimmy Page do Led Zeppelin (9) - nasceu em 1944, como a mãe - e o Betinho, que eu sei que é entre a mãe e o Page. Liguei pra ele, para parabenizar. Era dia 4. Disse que esqueci o dia por causa da mãe e era meio verdade mesmo, estava com a cabeça cheia com a internação dela e os lances profissionais. Achei bem o grande Alberto André, cantor e compositor charqueadense dos bons, Aliás, todos esses aniversariantes são ligados à música. Capricornianos...
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A Joana esteve aqui às 19 horas, depois da missa. Pedi pra ela vir pra eu falar sobre as minhas questões profisisonais, colocá-la a par de tudo, de como as coisas se encaminharam bem de momento e com boas perspectivas. Boa a conversa, rolou mais alguns assuntos. A Emília ligou para falar do sucesso da operação da mãe e de que ela já estava na CTI, recuperando-se, son observação.
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Estou sentado de baixo da árvore na frente de casa, na sombra, com os cães e gatos na volta, como sempre, dormindo. Só o Botafogo tá acordado. Tá calor, mas sopra um ventinho que deixa tudo ameno. Liguei pra pai pra dar um alo e ver como ele estava, Está pensando no IPÊ e em pegar o ressarcimento de uns custos da operação da mãe, que custaram uns 5 mil reais. Disse que a Emília foi pra Porto Alegre depois do meio dia, pois ligaram pra ela do Ernesto Dornelles avidando que a mãe iria sair antes da CTI - estava programada para às 19h. Estou aguardando ela ligar para notícias, mas se os médicos anteciparam a saída da mãe para o quarto, é porque tá tudo ok.
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Vi agora num "stories" que a esposa do meu primo Júnior - Michele -, filho do saudoso tio Ivã e da gente fina tia Nara (Naira), teve bebê. Coisa boa, excelente.
3 de janeiro, 77 anos da mãe, um dia agoniante para mim. Falei com ela, estava do mesmo jeito, aguardando transferência para Porto Alegre para operar a perna. Não lembro agora se foi no dia seguinte ou no dia 5 que ela foi para o Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. Coloquei essas fotos, de bons momentos passados, no meu Face, no dia 2.
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Na quinta, dia sete, mudanças nos protocolos e decretos do Governo do Estado, atingindo fuincionários dos grupos de risco. Mais um stress. Mas temos meios e pessoas que são gente e que olham para a situação dos outros com a devida consideração e apoio. Inesquecíveis. Vamos nessa, aprendendo a valorizar as pessoas e nos tornarmos pessoas de valor para os outros, quando esses precisarem. Em suma: termos gratidão e sermos caridosos e úteis. Essa pandemia está sendo um aprendizado.
Ontem falei com a mãe, estava fraca, meio confusa, mas relativamente lúcida. Fico bem angustiado com a possibilidade dela morrer, essas coisas. Barra pesada. Aqui em casa passamos o meio dia com o seo Pedro, a dona Eva, a Sílvia Regina, o Pablo, o Denilson e a Manuela e o Pedro vieram com o Artur. O Pedro assou a carne no pátio do seo Pedro.
Eu não quis churrasco, estava sem ânimo devido a situação da mãe, então comi os doces dietéticos que a Rosilane fez na noite anterior e tomei Coca Zero. Ela fez um bolo e um creme gostoso, deliciosos.