A última vez que saí de casa foi em 24 de março do ano passado, numa terça-feira. Fui no serviço levar um atestado, sou grupo de risco, diabético. Havia trabalhado dia 20. São 399 dias em casa, 395 em isolamento total. É o jeito.
A mãe está no hospital desde o sábado anterior ao Domingo de Ramos. Na segunda-feira (hoje é sábado) deve ter alta. Venho falando com ela pelo telefone, está fraca, mas lúcida. Ontem a Joana esteve aqui em casa (foto acima), tão linda de cabelo cortado curto. Desde o Domingo de Páscoa (4 de abril) que ela não vinha, pois está grávida há três meses e fica em casa. Hoje passou aqui rápido, sem entrar, só pra trazer uma gatinha para a gente, lá da sogra dela, dona Cleusa. Toda preta (foto abaixo), chamamos ela de Eva, pois hoje minha sogra, Eva Maria, foi se vacinar às 10h, mesmo horário em que a Joana a trouxe. Dia bom, lá pelo dia 9 de maio a sogra já vai estar com a imunidade da CoronaVac estabelicida. Graças a Deus!
Na sexta-feira, dia 16 de abril, às 15h, meu sogro Pedro Noé (foto abaixo, *1) tomou a segunda dose, também CoronaVac, estará imune dia 1º de maio - a tia Dione também, no mesmo dia, às 10h. Meu pai foi a Oxford, tomará a segunda dose dia 2 de junho - falo com ele duas vezes por dia, ao telefone. Minha mãe tomará a segunda dose CoronaVac quando voltar do hospital. Os amigos da "Confraria do Jornal com Café-preto e Pastel, Sem Carro", que está em stand by devido à pendemia, Daltro Ferraz e Sérgio Oliveira, já se vacinaram em segunda dose também. Até o dia 8 de maio estarão imunizados. Um colega de serviço, Edson, que estava mal de Covid-19 no hospital há dias, se recuperou, graças aos profissionais de saúde, à ciência e aos médicos. Estou rezando, dentre outros, pela Élida, uma enfermeira que trabalhou lá no serviço, também hospitalizada e intubada por Covid-19.
(*1) - Foto tirada pelo Pedro, meu cunhado mais novo. Ele foi todas as vezes que os pais dele se vacinaram e tirou foto, sempre.
Estamos nos primeiros minutos de 22 de março de 2021. Ontem, domingo, 21 de março, completamos um ano de isolamento social. Momento difícil, tão maior do que todos nós.
Centenas de milhares de mortos, evitáveis, se houvesse prioridade para a vida e não para a economia. Deveriamos estar fazendo uma economia de guerra, mantendo as pessoas dos grupos de risco e dos serviços não essenciais em casa, com um fundo tirado de quem ganha mais e de quem lucra mais. Todo mundo vivendo com pouco, mas vivendo, economia de guerra pela vida.
Pai, 84 anos, vacinado na primeira dose, dia 2 de março, com a Oxford. Sogro (76) e tia Dione (75) vacinados na sexta, 19, com a CoronaVac. Mãe ainda no hospital (não por Covid-19) e filha grávida de 11 semanas. Assei esses espetinhos de carne de gado para o almoço. Comemoração? Sim e não. Sim pela vida, minha e dos meus familiares e maioria dos amigos, colegas e vizinhos; não, pela dor da perda e da enfermidade de muitos, tantos, inclusive colegas, amigos e conhecidos.
Um ano depois, aprendemos a lidar melhor com o problema, sabemos do que se trata, o que não acontecia há 12 meses. Mesmo a situação estando bem pior, o Brasil à beira do caos de mortes e de hospitais colapsados, o horror batendo a porta. Uma catástrofe humana se insinua e já acontece, enquanto as vacinas, a solução que já existe, ainda não chega em número suficiente por inépcia e miopia ideológica de um governo criminosos apoiado por cúmplices. Até quanto e quando vai? Sei lá! O que acontecerá? Não sabemos. Só sabemos que Deus está conosco e que a ciência obra possibilidades benfazejas. Graças!
Sábado liguei para a Ana e domingo para a prima Araci, cuidadoras da mãe. Não consegui falar com ela, está muito fraca, disseram. Hoje às oito da manhã ligo de novo, vamos ver. O pai esteve abatido nos últimos dias, está sendo tudo tão difícil para ele. Na noite de ontem me ligou e desabafou, pareceu melhor. Liguei para o Vinícius domingo e parabenizei ele e a Luma pelo níver deles, dia 18.
Assim vamos, assim vou. Tiramos a foto abaixo na tarde do domingo. Fiz a barba, depois de umas seis semanas, e coloquei a camiseta com a foto dos 15 anos da Joana, que está na casa dela, isolada. Falei com ela pelo messenger, amenidades.
Agradecidos pela saúde, pela vida e pelo amor. Agente vai levando. "V" de vida e de Vacina.
Ontem, domingo, 7 de fevereiro, completamos 25 anos de relação. Bodas de prata da relação. Iniciou lá na feira da fruta de Porto Alegre, um lugar que havia ali na Rua da Praia. Vamos ser avós, agora. Contruímos muita coisa juntos. Ficamos conversando ontem sobre nossa história.
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Hoje consegui falar com a mãe. A Emília ligou, ela pediu, estava lúcida. Foi rápido, mas bem legal.
Hoje, 3 de fevereiro, quarta-feira, completamos 320 dias de rigoroso isolamento social. No sábado, dia 30, a Joana chegou aqui pela manhã avisando que está grávida.
Informou que, na noite do dia 25 para 26, dia do aniversário da tia Ná, sonhou com ela, que disse que lhe daria um presente. Comprou um exame no sábado pela manhã, deu positivo e veio aqui nos dizer. Tem certeza de que será um menino. Disse que então ele deve se chamar JASG Neto ou Nairo José, em homenagem a tia Ná - Nair José Guerreiro. Ontem ela e o Jessé estiveram aqui e almoçamos no pátio, galeto comprado na igreja N Sª dos Navegantes pela festa da santa. Acho que exagerei no pão de alho e na cerveja Brahma Duplo Malte e passei um considerável desconforto, creio que a diabetes subiu. Outros nomes surgiram para o Neto: Sérgio Adolfo ou João Sérgio. Gostei do segundo. Para menina indiquei Jéssica, feminino de Jessé. Ele gostou, a Joana não. Ela quer Maria Teresa, ele não. Bruno, o nome do padre que os casou, é uma possibilidade.
Hoje fiz um texto sobre os 100 anos do Leite Moça no Brasil para o Portal de Notícias. Ia ouvir às 16h no rádio o jogo Grêmio x Santos e esqueci. Foi 3x3, mais um empate do Grêmio. Estava olhando na Globo Corinthians x Ceará. O Ceará saiu na frente, os paulistas viraram, ainda no primeiro tempo. Enchi de olhar esse jogo e vim aqui escrever.
A mãe voltou para o hospital há uns dias.
Na quarta-feira, dia 20, a mãe teve alta. Falei com ela nos dias seguintes e parecia bem. Ontem, sábado, a enfermeira que a cuida falou pela noite, por telefone, que estava agitada e fora do ar, de novo. Hoje liguel pela tarde, antes do Grenal, e a Paula falou que estava dormindo. A situação não está evoluindo bem na questão lucidez, aparentemente.