João Adolfo Guerreiro
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Meu Diário
28/02/2017 19h41
Aracy, o Anjo de Hamburgo

Em 28 de fevereiro de 2011, aos 102 anos, falecia Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa e, creiam, sua vida daria um tema de desfile de escola de samba.

Nascida no Paraná, em abril de 1908, filha de pai português e mãe alemã, era poliiglota: falava português, francês, alemão e inglês. Foi a segunda esposa do escritor João Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas, que conheceu em 1938, quando trabalhava na embaixada brasileira em Hamburgo. É aqui que sua biografia entrou para a história.

Era o período imediatamente anterior ao início da Segunda Guerra Mundial e os judeus eram perseguidos em toda a Alemanha. O Itamaraty emitiu a Circular Secreta 1.127, que restringia os passaportes para entrada de judeus no Brasil. Aracy burlou a Circular e, como responsável pelo setor de passaportes, dentre os papeis que o cônsul assinava colocava as autorizações de visto para os judeus alemães pudessem fugir do assédio nazista. Estiima-se que cerca de cem pessoas foram ajudadas por Aracy. Rosa, vice-cônsul, sabia do esquema e silenciava, em apoio. Ambos sempre foram muito reticentes sobre os fatos envolvendo esse período e não o comentavam publicamente.

Em 1942, com o rompimento do governo brasileiro com a Alemanha, ficaram quatro meses sob custódia da Gestapo, até serem trocados por diplomatas alemães no Brasil. Por sua ação, ficou conhecida como O Anjo de Hamburgo, sendo  homenageada pelos museus do Holocausto em Jerusalém e Washington.

Seu esposo a ela dedicou seu livro, talvez o clássico da literatura brasileira mais reconhecido no exterior. Ela está à altura da dedicatória.

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 28/02/2017 às 19h41