João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Meu Diário
19/04/2020 23h56
29° dia - Churrasquinho e vídeos

Hoje no início da tarde fiz um churrasquinho na minha mini-churrasqueira. Foi legal. Gravei um vídeo para os meus pais, minha filha e meu genro e o irmão mais novo da minha esposa, na hora que assava a carne, dizendo que esperamos reunir aqui em casa todos eles para um churrasco quando der.

Minha filha, à noite, gravou um vídeo cantando e mandou pra gente. Fiquei muito emocionado. Eis ele no Youtube:

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 19/04/2020 às 23h56
 
19/04/2020 23h12
29° dia em casa - Livros: Neil Peart, Música para viagem

Ontem chegou para mim esse livro. Havia encomendado ele na Livraria Lua de Papel, de São Jerônimo, um lugal legal onde ir e comprar. Estavam para inaugurar seu novo endereço no Shopping Bonatto Center e veio a pandemia, uma lástima, estava com muita vontade de ir lá. Paguei online e recebi em casa. Vai ser o único livro que comprarei na quarentena, por "economia de guerra" e pelo protocolo de evitar ao máximo a entrada de coisas de fora em casa, exceção para as essenciais.

Livrarias, já vinham se ajustando estruturalmente ao mercado e agora sofrerão um baque com essa pandemia. A saída vai ser a venda online e tele entrega, como foi nesse caso. Adoro ir a livraria e a cinema. Mas não reclamo, ficar em casa não é sacrifício algum; é, sim, benção e privilégio nesse momento grave pelo qual passamos.

Eu já estava para comprar os livros do Neil Peart havia um tempo. Como ele faleceu dia 7 de janeiro, resolvi adiantar as compras. Adquiri todos lá na Lua de Papel mesmo, esse era último que faltava. Gosto desse tipo de literatura autobiográfica de caras do rock, dos que são "cabeça", pois costumam ser bastante abertos e contam coisas legais sobre a vida deles que acrescentam pra nossa. Estava agora pouco na poltrona do papai de minha biblioteca lendo-o. Gostei, é bem o que eu esperava. É basicamente um texto sobre a vida dele e sua relação, desde criança, com a música.

Na minha história de vida será o "livro da quarentena". Nem preciso dizer que esse eu lerei agora.

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Outros livros que eu reli nessa quartentena durante a Semana Santa - sempre os uso nesse período - e que são adequadíssimos para tal são os do Juanribe Pagliarin: Jesus - A vida completa e O Evalgelho reunido. Ganhei eles em 2016 do meu colega Paulo Peixoto. Curioso que bem na época tentava fazer mais ou menos o que justamente faz Pagliarini nas duas obras: reúne os evangelhos como se fossem apenas um, relatando o dia a dia de Jesus no primeiro e os evgangelhos como um todo com comentários no segundo. A gente fica por dentro, na Semana Santa, dos acontecimentos que se deram a cada dia e, a partir da Quinta-feira Santa, a cada hora, Um trabalho muito bom o dele, sei por que vi a trabalheira que dá tentar fazer isso cruzando os sinóticos e João. Recomendo-os.

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 19/04/2020 às 23h12
 
18/04/2020 12h47
28 dias de isolamento social: sumiu a Porto Alegre

Os dias passam lentos, iguais e calmos aqui em casa, devido a segurança que o isolamento social propicia, mesmo eu sendo diabético, do grupo de risco, e meus pais e sogros idosos, diabéticos e cardíacos, em suas casas. Passou a Semana Santa e todo mundo bem, graças a Deus e a ciência.

Nessa situação, perder um bichinho baixa o moral, mas a gravidade do presente é tamanha que ficamos anestesiados. Ela sumiu faz quatro dias. Ainda bem que não a vi morrer. Gata castrada, quando some quatro dias, já era. Apareceram dois ratos mortos aqui em casa, por certo envenenados, pois minhas gatas mais velhas, a Coruja e a Vulkana, não os comeram. A Porto Alegre era nova, um ano, e caçadeira. Deve ter pego um ainda vivo, alquebrado, e comeu. Como não senti cheiro na volta de casa, alguém deve ter sumido com o corpo dela, pois a bichana não ia longe.

O nome dela, na verdade, era Frida Uiu, mas eu a chamava de Chita ou de Porto Alegre. Chita porque era magra, ágil e veloz como uma chita. Porto Alegre porque veio de lá para mim. A vi numa foto no Facebook de uma colega de serviço, a Rosane, que mora na capital. Estava numa caixa com dois irmãos pretos, a mãe havia morrido e a colega queria doar para quem os desmamasse. Foi olhar para ela e decidir ficar, nem sabia se era gata ou gato. Outra colega, a Geórgia, a trouxe para mim. A Frida Uiu, eu e minha esposa a chamamos assim, pois ela miava insistentemente algo parecido, "uiu", quando tinha fome. Tenho videos dela agarrada na mamadeira, no meu colo. Ficou muito apegada em mim. Até agora, com um ano, quando vinha no meu colo, procurava mamar na minha roupa. Mega carinhosa e companheira.

Fazer o que, né? Abaixo, nós juntos, ano passado, assistindo um jogo da Copa América.

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 18/04/2020 às 12h47
 
13/04/2020 08h29
Páscoa em casa e 23 dias de isolamento

Já são 23 dias isolados em casa.

Ontem, Domingo de Páscoa, tive a benção e o privilégio de, nessa situação grave de pandemia que assola o Brasil e o mundo, passar em casa com minha esposa gozando de saúde, amor e paz, bem como as outras pessoas de minha família, principalmente aqueles do grupo de risco, idosos com diabetes, pressão alta e cardiopatias leves. Uma benção todos passarem bem a Semama Santa. Obrigado, meu Deus. Rezemos por aqueles que, em todo o mundo, não tem condições financeiras de se protegerem como devem desse mal no planeta e no pais.

Nesse período, perdi um amigo, dia 31 de março, o Gilberto. Acharam ele morto em casa. Infarto, conforme os médicos. Morava sozinho, 69 anos. Um cara legal, gostava dele Estávamos sem se falar há um tempo, mas dia 28 mandei um messenger pra ele e ele me respondeu. Não vou esquecer, sentirei saudade. Seus irmãos passaram a Sermana Santa sem ele, que era um católico praticante. 

Já algumas pessoas nesse país não passaram o Domingo de Páscoa em família devido essa doença que nos espreita. Uma lástima, isso, vidas interrompidas em seu ciclo vital. A guerra contra o inimigo invisível continua. Todos em casa, lavando as mãos e seguindo com rigor os protocolos de higiene.

Essa foto acima é dos ovos de Páscoa que fiz para minha esposa, de surpresa, para o domingo. Como ela dormiu depois da meia-noite, passei a madrugada fazendo, para ela não ver. Ovos cozidos pintados com cola-glitter e caneta hidrocor. Não tinha têmpera ou guache para pintar, improvisei o serviço com o material que hava em casa, pois não ia sair para comprar nesse momento, né. Tampouco comprar ovos de chocolate estava em questão, por dois motivos: 1 - ovos de chocolate são um mero adereço da Páscoa, descolados do motivo religioso, que é o que me cativa nela; 2 - não gosto de chocolate tanto assim para me arriscar, ainda mais sabendo todo o trabalho de protocolo com as roupas e produtos ao voltar para casa. Não, não valia a pena mesmo.

SAÚDE, AMOR E PAZ para todos, sempre. Fiquem em casa, fiquem com Deus.

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 13/04/2020 às 08h29
 
05/04/2020 12h35
Há 16 dias em quarentena

Desde o dia 21 de março estou em casa. Só coloquei o pé para fora do portão no domingo, 22 de março, para caminhar pelas ruas vazias, perto de onde moro, e na terça-feira, 24 de março, para levar um atestado médico no serviço.

No domingo 22 dei uma olhada na Igreja Navegantes, a matriz de minha cidade, fui numa praça, olhei uma termelétrica à carvão desativada e fui na esquina da rótula no centro. Para tudo isso, não me afastei mais de 800 metros de casa, pois tudo fica perto. Era por volta das 08 horas, a temperatura estava ótima, fiquei uma hora e pouco na rua. Levantei muito bem, foi a melhor manhã dos 16 dias. O sábado anterior foi péssimo, o pior dia de todos. Na terça 24, fui de bicicleta, achei mais seguro, no serviço. Fica a uns 6 quilômetros de casa. Na volta, ia parando pelo caminho, nas sombras das árvores, olhando um pouco o movimento e o belo dia em que, embora quente e já no sol forte das 11h, soprava uma brisa fresca. A vida é realmente bela.

Não mais tirei o pé para fora de casa. Não creio ser outra medida a salvar as pessoas dos grupos de risco que não o isolamento social de todos. Quem tem condições reais de fazer um isolamento vertical, apenas restrito às pessoas do grupo? Muito pouca gente. Ou barramos a circulação do vírus para os hospitais não superlotarem ou será a tragédia, o horror.

Na rotina, continuar escrevendo crônicas para o Portal de Notícias (todas buscando estimular as pessoas a se cuidarem e isolarem-se), ajudar muito no serviço doméstico (somos eu e minha amada esposa em casa), limpar o pátio todo dia, lavar os produtos do rancho antes de colocá-los em casa e ser rigoroso com procedimentos e protocolos a serem seguidos no ambiente doméstico. Ler também, que é o que mais me faz bem. Bíblia (como sempre) e São João da Cruz e vidas de santos, leituras que eu já vinha fazendo sistematicamente antes da quarentena, desde 2019, por puro interesse intelectual. TV não olho, só o canal Pai Eterno, quando minha esposa assiste. Só vi três filmes na Netflix, ainda assim porque minha esposa assistiu e a acompanhei. O que me fez um bem danado foi Chico Xavier, um filme abençoado e um ser humano único, onde, reassitindo-o agora, deu para aprender intensamente muito do que ali é-nos ensinado. Olhei bastante nos primeiros três dias o DVD ABBA in Concert, dos shows deles de 1979/80, nos EUA e Inglaterra. Muito bons eram esses suecos, e o show é ótimo. Alimentar e hidratar cães e gatos. Minhas três gatas (Coruja, Vulkana e Porto Alegre), essa ninhada de quatro (foto acima, onde aparecem três) que são da minha sogra, mais a mãe delas e uma outra que também aparece, mais a minha cadela, a Ponte Preta, e o cão, o Botafogo.

E assim vamos. Hoje assiti pelo Facebook com minha esposa a missa pela internet pelo Domingo de Ramos, que o Pe Miguel rezou lá da igreja Cristo Rei. Colocamos um ramo na porta de casa, minha esposa fez, ficou bonito. E rezando, sempre. Minha paz e coragem busco, em mim, via Ele. Como disse a Jule Santos num vídeo no Face, ter coragem não é o mesmo que não ter medo, dá para buscar o primeiro mesmo sentindo o segundo.

Não fico procurando notícias todos os dias na internet sobre a situação, conforme as orientações dos especialistas para manter a saúde mental e fortalecer o auto-controle. É uma situação difícil, pois envolve risco de morte. E dá para ver que as pessoas pobres estão mais desprotegidas em todos os sentidos. Imagina, tem favelas, no RJ, onde a água não chega em cima do morro. Como essas pessoas farão? Que tragédia. Nem sei dizer o que sinto quando penso nisso. Além do mais, somos uma família com bastante pessoas idosas, todos acima dos 70 anos, alguns diabéticos e cardíacos. Nunca pensei passar por algo assim na vida, nunca, um perigo tão abrangente sobre tantas pessoas ao mesmo tempo.

Não me incomodo nem um pouco de ficar em casa, a vida é mais importante que tudo. Além do mais, o ambiente doméstico é ótimo, eu e minha esposa nos damos muito bem, graças a Deus. Nessas horas é que tu constata ainda com mais força a importãncia de ter um ótimo casamento e priorizá-lo, trabalhar por ele, ser parceiro da pessoa amada. Uma benção esse amor, o amor da minha vida. Minha estrutura. Minha amada filha está na casa dela, com o marido. Um dádiva essa menina, algo que eu pedi a Deus e Ele me deu. Ela é motivo de orgulho e alegria para mim, admiro muito ela pela maneira com que pegou sua vida com as próprias mãos e seguiu construindo o seu destino.

Vou a partir de hoje reorganizar a biblioteca, um serviço há muito atrasado. Estou aprendendo muito com essa situação inédita para mim e para o mundo. As coisas da vida estão ficando muito claras. A vida de cada um tem de mudar muito depois de tudo isso. Desapego, solidariedade, generoside, tudo isso entrará na ordem do dia. Não há condição ética e moral de de continuar levando a vida como antes, depois de todo esse aprendizado. É algo que eu já vinha refletindo nos últimos dois anos para minha vida e que, agora, solidifica-se. Aprendemos e evoluímos com a vida, processo contínuo. Creio já ter entendido completamente o meu novo rumo. A consciência do social e do ser edificante no mundo urge, muito mais que nos anos 80 e 90, quando militava politicamente visando um mundo melhor. Precisamos uns dos outros, muito, principalmente agora.

Era isso. Fiquem todos com Deus.

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 05/04/2020 às 12h35
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