"Ela é bonita demais"

É notório o ceticismo de Luiz Fernando Veríssimo: "Só acredito naquilo que posso tocar. Não acredito, por exemplo, em Luiza Brunet". Li isso pichado no calçamento do Morro do Farol, em Torres. Homem de pouca fé, o filho do Érico. Mas eu confesso que também fiquei abalado em minhas crenças quando, procurando hoje o clipe oficial de Dona da Minha Cabeça, do Fagner - o Raimundo, cantor, não o lateral corinthiano -, onde a Luiza desfila por sobre as dunas, não o encontrei em lugar algum da internet.

"Dona da minha cabeça, ela vem como um Carnaval..."

Já não basta não termos Carnaval? Agora também sumiram com o clipe da Luíza flanando nas dunas? Essa canção nem é do Fagner, mas do Geraldo Azevedo, esse que vocês podem conferir cantando no link ao final do texto. Todos vocês sabem quem é a famosa. Essa foto aí de cima é de quando ela surgiu, como modelo dos jeans Dijon. Lembro de ver esses cartazes lá na Loja Moita, na Cohab, em Charqueadas. Duvido quem não recorde!

"Não há um porto seguro, futuro também não há
Mas faz tanta diferença quando ela dança, dança..."

Eis uma baita verdade sobre as relações humanas! "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há". O que faz diferença nessa vida é o momento em que a canção está rolando e ela dança. "Quem vive, sabe". E tu aí que, como eu, viveu e vives, sabes muito bem disso, não é mesmo?

"Na força dessa beleza é que eu sinto firmeza e paz..."

Ah, o amor, em suas mais diversas formas... Paz e amor... Paz é amor! Ter um amor é uma benção! "Qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar". Só o amor dá cor pra vida! "Que falta eu sinto de um bem Que falta me faz um xodó Mas como eu não tenho ninguém Eu levo a vida assim tão só". Sai pra lá, solidão! "A solidão é fera, a solidão devora".

Por isso nunca desapareça, nunca me esqueça,
Não te esqueço jamais..."

Inesquecíveis são os nossos grandes amores. E estou falando tanto daquilo que não podemos tocar quanto do que podemos. E não estou falando apenas de luízas, marias, cecílias, rosas, brunas, joanas, bárbaras, terezas... Falo disso num sentido mais amplo, sobre pessoas queridas em geral, coisas, lugares, etc. Pois o amor é como uma praia gaúcha: onda que ruge e revolve o fundo do oceano, trazendo a vida à superfície.

PS - Se alguém aí achar o clipe oficial de Dona da Minha cabeça, coloca o link nos comentários, tá? Valeu.


Dona da Minha Cabeça (Geraldo Azevedo)  - https://www.youtube.com/watch?v=iJ6PbgiylCI&fbclid=IwAR3AGQpfQPWMc_8TyhakbJFbAnj8qO7eYKBH448LfMB-2Zy7oyU0_VcChIA