João Adolfo Guerreiro
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Trocando figurinha

Dia 14 de junho inicia a Copa do Mundo de Futebol na Rússia. Antes, porém, em todo o Brasil, o álbum de figurinhas correspondente já anima os apaixonados pelo esporte bretão na compra e troca de cromos que tem, por objetivo maior, completá-lo antes do início do mundial.

A Copa é um evento intercontinental organizado por uma transnacional, a Fifa. O futebol, mais do que um esporte, é um negócio que movimenta bilhões de dólares em todo o planeta, sendo o mundial, a cada quadriênio, seu evento maior. O álbum da Copa é apenas um de seus produtos.


Claro que as pessoas que compram e trocam figurinhas tem ciência desse contexto, embora não pensem nisso e tão somente curtam o barato que a coleção propicia. E uma das coisas mais legais nisso são os eventos de troca que alguns estabelecimentos comerciais realizam. Fui a dois: numa livraria em Torres e na Malte Puro – Cerveja Especiais, em Charqueadas, no último sábado à tarde (*). De início dá para afirmar que ambos foram muito parecidos, atraindo o mesmo perfil de público, ou seja, gurizada e veteranos; jovens de 18 a 30 são minoria. Pais e mães (principalmente elas) costumam levar seus pimpolhos, “assessorando-os”.


O sistema de troca-venda-compra é também o mesmo: troca figura por figura e venda e compra a 0,40 centavos o cromo (o pacotinho com cinco figurinhas custa 2 reais). Isso entre os veteranos. A gurizada tem uma predileção especial pelas figurinhas brilhantes, que correspondem aos escudos de cada associação nacional das seleções participantes e mais umas figuras que estão nas últimas páginas do álbum. Essas eles querem vender por um real (ou mais) e trocar pelo triplo ou mais de figuras. Além disso, as guardam (possivelmente para colar em outros lugares), o que acaba ocasionando que essas ficam “escassas no mercado”, num micro exemplo de como funciona a lei da oferta e da procura de produtos numa economia capitalista de mercado, devido a interação econômica dos indivíduos de diferentes faixas etárias, com o valor simbólico das mercadorias (as figuras) variando ente esses.

Dicas para quem vai começar a preencher um álbum: não vá aos encontros apenas comprar figurinhas, pois as pessoas estão mais interessadas em trocar do que vender, pois a primeira opção rende mais para o objetivo principal; compre um pacote inteiro numa banca de revistas, que sairá 40 reais e virá com 20 pacotinhos de cinco figurinhas, num total de 100 cromos, com quase nenhuma repetida; após, compre outro pacote, onde terá uma quebra de repetidas em torno de um terço, o que lhe dará em torno de 30 repetidas. Assim você já pode começar a ir aos troca-trocas em busca das figuras que lhe faltam, num investimento inicial de 80 reais do mínimo previsto de 300 reais que lhe custará preencher o álbum com 682 cromos, sem contar o preço do mesmo, claro, que varia conforme a capa, se é normal ou dura. Logo, vê-se, esse não é um passatempo barato de se levar até o final. Além de gostar, tem de go$tar, também.

Os colecionadores possuem o serviço direto de compra pela Editora Panini (até 40 cromos por pedido, num total máximo de 40, a R$ 0,40 cada, mais custas de remessa), via internet ou correio, além da gama infindável de contatos que as redes sociais oportunizam para interação entre esses. Um dos sites mais interessantes com dicas e encontros que encontrei é:http://www.encontrosfigurinhasdacopa.com/encontros-fixos/encontros-fixos-para-troca-de-figurinhas-da-copa-em-porto-alegre-rs/

(*) – A Malte Puro vai confirmar ainda hoje no seu Facebook se irá organizar encontro para trocas nesse sábado. Quem souber de outros locais em nossa região onde ocorrerão encontros, deixe indicação nos comentários dessa postagem.



 Texto publicado no site do Jornal Portal de Notícias em 18 de maio de 2018 https://www.portaldenoticias.com.br/ler-coluna/611/trocando-figurinha.html
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 10/07/2018
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