João Adolfo Guerreiro
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Boney M

Foto: Bobby Farrell, Marcia Barret, Liz Mitchell e Maizie Williams

Estando na praia, no verão passado, entrei num camelódromo e comprei um DVD piratão com vários sucessos dos anos 1970, para curtir uma nostalgia. Nele, havia duas canções do grupo Boney M, que me atiçaram a ir num shopping comprar um outro DVD, quentucho, só deles.

Em casa, assistindo às canções, descobri que eu, na infância, era um tremendo fã do Boney M e não sabia. Além de canções conhecidas como Rivers of Babylon, Ma Baker e Daddy Cool (que eu achava, quando criança, que era Mammie Blue, vejam só), ouvi Sunny, Hooray Hooray - It's A Holi-Holiday, Brown Girl In the Ring e Gotta Go Home, cujas melodias ficaram na minha memória musical sem eu recordar que eram deles.

O Boney M (*1), por mais curioso que pareça, era uma banda alemã. Isso mesmo, uma banda de pretos alemães cantando em inglês em plena década de 1970. O grupo foi uma ideia do branquelo e loiro produtor, compositor e cantor alemão Frank Farian, que reuniu quatro imigrantes caribenhos para seu projeto: Bobby Farrel (Aruba), Liz Mitchell (Jamaica), Marcia Barret (Jamaica) e Maizie Williams (Montserrat).


Frank Farian

Há 40 anos, em 1976, lançaram seu primeiro Long Play (LP), Take The Heat Off Me, emplacando os sucessos Daddy Cool e Sunny. Dai pra frente foi só festa, durante os anos setentistas: LP Love For Sale (1977), com o hit Ma Baker; LP Nightflighit To Venus (1978), com Rivers of Babylon e Brown Girl In The Ring; e o LP Oceans Of Fantasy (1979), com a conhecidíssima Gotta Go Home. Nos anos 1980 começou a decadência do grupo, que lançou mais três LPs, encerrando as atividades em 1986.

As marcas registradas do Boney M eram os vocais femininos em coro, massívos e uníssonos, o timbre marcante da cantora Liz Mitchell e a figura carismática do vocalista e dançarino Farrelll, com sua voz grave à Zé Ramalho contrastando com as vozes das colegas em canções pop simples, diretas, dançantes e bem arranjadas, em estilo disco mesclado com elementos de reggae. Venderam como água no deserto, marcando época.



Liz, no clip de Sunny

No esquema musical do Boney M, somente Liz e Marcia cantavam em estúdio e, além de tudo, a voz masculina era feita por Farian (*2). Todavia, Farrell cantava nas apresentações ao vivo, tendo feito isso até seu último show, então com seu grupo Bobby Farrell's Boney M, em 30 de dezembro de 2010, em Petersburgo, na Rússia, onde veio a falecer aos 61 anos (*3), no hotel, de um ataque cardíaco.

Quem viveu, viu, ouviu e ainda curte.




Bobby, no clip de Daddy Cool


(*1) - Nome baseado em uma série de tv australiana.

(*2)Farian repetiria a dose nos anos 1980, com a dupla Milli Vanilli, dois dançarinos afro que, na verdade, dublavam a voz dos cantores de estúdio contratados. Quando um desses cantores resolveu revelar o segredo à imprensa, a carreira de Farian sofreu um grande abalo e a dupla acabou. Todavia, fica claro que o alemão sabia o caminho do sucesso, pois o Milli Vanilli chegou a ganhar um Grammy.

(*3) - Curiosamente, mesma data e cidade em que morreu, em 1916, há 100 anos, o monge russo Rasputin, tema de um outro grande hit do Boney M.


Apresentação, na TV alemã, de Gotta Go Home


Artigo publicado nas versões impressa e online do jornal Portal de Notícias em 27 de dezembro de 2016http://www.portaldenoticias.com.br
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 24/11/2016
Alterado em 23/06/2020
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