João Adolfo Guerreiro
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Salvando a própria pele

O golpeachment, que não é golpe e que também não é impeachment, é contra a presidente afastada Dilma Rousseff; já o golpe, que é golpe mesmo, é contra os assalariados e assalariadas. A reforma da CLT atingirá a todos e a da Previdência aos menores de 50 anos. Atingirá às ganhas, atingirá valendo, dramática e perversamente.

O presidente interino Michel Temer e seu partido, o PMDB, viram o barco do PT afundando e pularam fora, embarcando no do PSDB/DEM. Tentam a salvar o couro, eis que morrer abraçado não é coisa de político de carreira. Rainha morta, rei posto, principalmente se o rei é um dos seus.

Só que, para o azar do povão, que parece não entender bem o que acontece, o pessoal do PSDB/DEM não é a turma dos sindicatos e das ONGs: é a dos grandes empresários e das grandes empresas de comunicação, dentre outros. Logo, o governo que desejam não é o dos programas sociais e o da inclusão, "esquerdopata", mas sim o neoliberal made in anos 1990 (Thatcher, Reagan, Menem, Fujimori, FHC, Britto...), com estado mínimo, ajuste fiscal e reformas na conta do andar de baixo.

Sendo assim, Temer e o PMDB, para não entrar nas garras do judiciário e da Lava Jato, conspiraram pelo golpeachment e estão bancando o golpe das reformas. Isso significa que o povão elegeu Dilma e está levando Aécio, eis que Temer, agora fica claro, é o Aécio sem voto que era vice do PT. E quem falou que o golpeachment é um “abafa Lava Jato” foram os senadores peemedebistas Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá, nas conversas gravadas com Sérgio Machado.

Assim, o golpeachment, que vemos agora em fim de curso no Senado, é o caminho para Temer e seu partido permanecerem com os anéis nos dedos. O fim do caminho é o golpe das reformas. A Ponte Para o Futuro é para o PMDB. Não por acaso os jornais de quarta-feira colocavam na primeira página títulos como "Temer faz ofensiva para garantir votos pró impeachment". Sintomático.

Sua base de apoio são os cerca de 60% de brasileiros que apoiam o impeachment. Pois, justiça seja feita, o golpeachment tem aprovação popular. Maior no Senado do que nas ruas, visto que se 40% dos senadores votassem contra o impedimento, ele não passaria. Os descontentes são justamente esses cerca de 40% que são contra, não por coincidência índice semelhante ao que Dilma obteve na votação de primeiro turno em 2014. Isso explica porque o ex-presidente Lula aparece com índices de 21% a 29% em pesquisas presidenciais para 2018. O PT, ao contrário do que muitos acham, ainda respira. As pesquisas para prefeito de Porto Alegre não me deixam mentir.

O certo é que, ainda segundo as pesquisas recentes, mais de 80% dos brasileiros são contra as reformas, pois parece já terem entendido que, dentre mortos e feridos, todos se salvarão e eles é que serão golpeados e pagarão a fatura. Terão de ir para as ruas e bater muita panela para salvar a própria pele.

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ABACAXI - Nos próximos 37 dias os candidatos à vereança e, principalmente, à prefeito e vice, deverão dizer o que pretendem fazer pela cidade nos próximos 1460 que iniciam dia 1º de janeiro de 2017. No caso de Charqueadas, em que o Polo Naval é o passado e a dívida do Projeto Cura é o futuro, os eleitores estão à espera de um milagre e os candidatos 

Texto publicado em 27.08.2016 nas versões online e impressa do jornal Portal de Notícias: http://www.portaldenoticias.com.br/ler-coluna/202/salvando-a-propria-pele.html
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 02/09/2016
Alterado em 02/09/2016
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