João Adolfo Guerreiro
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Textos
Eduardo Galeano

Morreu na manhã da última segunda-feira, dia 13, aos 74 anos, o escritor uruguaio Eduardo Galeano, uma das maiores referências intelectuais da esquerda da América do Sul, autor do clássico As Veias Abertas da América Latina (1971). Em vida, um ícone e um mito, ao mesmo tempo.

Recordo do Fórum Social Mundial em Porto Alegre em janeiro de 2003 (foto acima), em que, junto com o frei Leonardo Boff (outra referência), falou para um Gigantinho lotado e em silêncio absoluto. Estava lá e me senti presenciando um momento ímpar, onde Galeano, com sua voz pausada, quase confessional, fez jus à sua escrita lírica e clara ao abordar temas sociais, culturais, políticos e econômicos. Fará uma falta enorme.

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PROTESTOS contra o governo federal – O que os fatos revelam acerca das manifestações do ultimo domingo, dia 12, numa análise preliminar?
1 – As manifestações foram por “fora Dilma”, “fora PT”, “impeachment” e “intervenção militar”, sendo o protesto contra a corrupção pano de fundo.
2 – A corrupção, por exemplo, envolvendo outros partidos e seus lideres, como PP e PMDB, as listas do banco HSBC e a Rede Globo e RBS (Operação Zelotes), não foi mencionada em cartazes pelo país, nas manifestações.
3 – Não houve menção ao projeto da terceirização das atividades fins, extremamente danosa para quem vive de salário.
4 – A mobilização diminuiu em mais de dois terços do número de pessoas, segundo o mapa das manifestações do site G1, baseado nas estimativas da polícia militar de cada estado: 2,4 milhões em 252 cidades em 15 de março e 701 mil em 224 cidades em 12 de abril (esses números não incluem as pesquisas realizadas pelo DataFolha em São Paulo, que apontaram 210 mil manifestantes em 15 de março e 100 mil dia 12 de abril na Avenida Paulista, enquanto a PM/SP estimou tal número em, respectivamente, 1 milhão em março e 275 mil em abril).
5 – Mesmo com tal redução, a mobilização popular ainda foi bastante expressiva.
6 – Embora a redução da mobilização popular nos protestos, a presidente Dilma permanece com avaliação negativa de 60% e, igualmente, 60% das pessoas concordam com seu impeachment, conforme pesquisa do instituto DataFolha.
7 – A mobilização do último domingo e do dia 15 de março são suficientes para legitimar qualquer iniciativa de impeachment no Congresso Nacional.
8 – Conforme as pesquisas do DataFolha indicaram, os participantes dos protestos são, sim, em sua absoluta maioria, pessoas de classe média, brancas, que votaram em Aécio Neves no segundo turno e, em relação ao dia 15 de março, diminuiu a participação dos jovens.
9 – Novamente, a força dos protestos ocorreu em estados onde Aécio Neves obteve maior votação no segundo turno na eleição presidencial de 2014, como no eixo SP, PR, SC e RS. Em MG, RJ e Nordeste e Norte, onde Dilma fez mais votos, protestos continuaram fracos.
10 – O PMDB, de fato, governa o Brasil, operando uma agenda político-econômica de direita e sócio-cultural conservadora pelo mesmo.
11 – PMDB e PSDB não querem o impeachment da presidente Dilma: o primeiro, porque está controlando o governo; o segundo, porque, até esse momento, prefere um governo fraco do PT a um governo do PMDB. Ambos, com isso, visam um quadro favorável às suas candidaturas presidenciais para 2018.

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EUA x CUBA – A recente reaproximação diplomática entre os dois países é um dos grandes momentos do início do século XXI, superando política e filosoficamente os anacronismos do século XX.

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TERCEIRIZAÇÃO – Durante a semana continuou a mobilização das centrais sindicais contra o projeto, que é nocivo para grande parte das pessoas que vivem de salário.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 15/04/2015
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