João Adolfo Guerreiro
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Terceiro turno

Encerrado o período eleitoral, encontro-me pensando nas festas de Natal e Ano Novo, no verão, nas férias. Vou pra as redes sociais navegar um pouco a fim de ver as leves e agradáveis bobagecas de sempre e relaxar um pouco e... deparo-me com o terceiro turno das eleições presidenciais! Penso comigo: Esse pessoal não cansa?

Em primeiro lugar, nada contra, claro, cada um faz o que bem entender em sua rede social, estão no gozo de seus direitos. Dito isso, confesso que fico a matutar e chego a conclusão de que tudo o que havia de ser dito já o foi. Toda a acusação, crítica, proposta, resposta, tudo já foi falado e escrito antes do dia 26 de outubro. E as pessoas foram às urnas e deram o seu voto, depois de terem escutado, lido e visto tudo o que foi produzido pelos partidos e candidatos.

Mas a gente vai, por exemplo, no Facebook, e continua a ver inúmeras postagens criticando isso, denunciando aquilo, culpando um, cobrando outro. Uns até chegando ao extremo de pedir a volta da Ditadura Militar! Será que é tão complicado assim aceitar um resultado eleitoral? O exercício da democracia é algo difícil de ser elaborado por quem perdeu uma eleição?

Creio que a pessoa pode (e deve) ser de oposição se assim lhe dita sua consciência política e cidadã, que pode (e deve) manifestar em redes sociais e em outros meios de comunicação seus pontos de vista. Faz parte do processo democrático. Entretanto, qual a serventia de, logo após o término da eleição, ficar se comportando da mesma forma prosélita que durante a vigência do pleito? Não seria melhor dar um tempo, esperar o governo reeleito assumir e daí, lá por março (para os mais afoitos) ou por junho (para os mais pacientes) começar a debater e opinar acerca de como percebe os primeiros meses do atual governo?

Todavia, devemos reconhecer que o comportamento das pessoas reflete algo que paira acima delas. A gente lê os jornais e lá está o terceiro turno. Nos noticiários de TV, idem. Nas revistas semanais, nem se fala. O que é essa Veja? Não bastou terem antecipado uma edição de segunda-feira, 27, para sexta-feira, 24, a fim de interferirem na eleição com uma denúncia eleitoreira e panfletária contra a atual presidente, calcada em provas pra lá de frágeis, oriundas do vazamento seletivo e parcial de áudios de uma investigação ainda em curso?

Aliás, e a revista IstoÈ? Vai pelo mesmo caminho! Em sua última edição antes do dia 26, na mesma semana final do segundo turno, lança uma capa acusando a campanha de Dilma de ser uma fábrica de mentiras e, em azul, destacado na parte superior dessa mesma capa, uma pesquisa do instituto Sensus dando 8 pontos percentuais de vantagem para o candidato Aécio, na contramão de todos os outros institutos! Sinceramente, Isto(Não)É bom Sensus! E, na primeira edição da revista depois das eleições, nem se desculpam por isso. Pelo contrário: dá-lhe lanho na presidenta, dá-lhe terceiro turno.

Já os políticos, esses não desceram do palanque. O senador Aécio Neves, para citar um exemplo bem representativo, em seus primeiros pronunciamentos depois da eleição brada que só vai dialogar com o governo eleito se todas as denúncias da Petrobrás forem averiguadas com rigor. Balela, ninguém coloca isso como pré-condição para o diálogo politico, pois esse se faz em cima de propostas concretas para o país. Corrupção é caso de polícia e de judiciário.

As pessoas foram às urnas e, depois de tomarem pé de todos os argumentos oferecidos pelos candidatos, decidiram o que pensaram ser o melhor para o Brasil. É tão difícil aceitar isso, nesse momento?


Artigo publicado na seção de Opinião do jornal Portal de Notíciashttp://www.portaldenoticias.com.br
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 06/11/2014
Alterado em 07/11/2014
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