João Adolfo Guerreiro
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Textos
Policiais Truculentos X Estudantes Baderneiros? – parte 1
 
Entendo que a dicotomia “Policiais Truculentos X Estudantes Baderneiros” é falsa. Os culpados não são os policiais e os manifestantes, eles são os mariscos dessa situação, eis que jogados criminosamente nesse mar tempestuoso. E as pessoas, pelo que se vê na grande mídia (e estimulados por essa), adotam um ponto de vista ou contra a ação dos policiais ou contra os manifestantes. E, fazendo isso, passam, a meu ver, ao largo do entendimento do real significado social desses protestos.
 
Ou alguém achou que poderia dar coisa diferente da que deu? Pergunto: Quem são os verdadeiros “senhores da guerra”, os verdadeiros responsáveis por essa situação? Esses que ficam rindo na segurança de suas salas confortáveis, aquecidos pelo ar condicionado e sentados em poltronas macias? Esses senhores que tem camarotes à esquerda, ao centro e à direita desse "espetáculo".
 
Quem pode julgar os excessos cometidos por um servidor policial ou por um manifestante numa situação atípica como essa? Eu não. Mas os verdadeiros responsáveis nós podemos apontar. Quem criou a situação? Quem acirra os ânimos? Quem desinforma a sociedade? Quem deu a ordem para os policias estarem lá? Quem ganha com isso? Ei-los!
 
Em primeiro lugar, vamos refletir: pessoas de classe média alta ou alta, que não precisam andar de ônibus e tem bastante dinheiro, fazem concurso público para postos graduados da Polícia Militar (PM) e vão a protestos contra aumento de passagem de ônibus? Porque justo PMs e estudantes é que estavam em confronto nesses protestos? Não seria porque eles são justamente oriundos das classes menos favorecidas da sociedade?
 
No tocante aos PMs, entendo que os que foram enviados para as ruas cumpriram seu dever, honraram suas fardas e justificaram os seus salários pagos pelos contribuintes. Alguns cometeram excesso? Sim. Mas qual de nós, numa situação como a que vimos pelos meios de comunicação, não poderia ser levado a cometer algum tipo de excesso? Policial é máquina? Policial não é gente?
 
Mas a pergunta que interessa é: Quem os mandou ir pra lá? Quem os comandou? A polícia militar gaúcha agiu com maior eficiência que a paulista, por exemplo. O que isso nos leva a concluir? O óbvio: que o policial faz parte de um grupo regrado, hierárquico e disciplinado, organizado a partir da autoridade. Logo, o estilo do comando fala muito sobre a ação da tropa.
 
No caso de São Paulo, é fácil o governador dizer que não vai tolerar excessos cometidos por PMs. Que bom! Mas cabe perguntar: não foi o senhor que os enviou para lá? Não é a PM um aparelho do Estado sob o seu comando? E, mesmo assim, o senhor os envia para um confronto anunciado, tratando um movimento social como se um arrastão fosse, e agora quer jogar a culpa por alguns excessos cometidos exclusivamente sobre os ombros deles? Assim é fácil ser autoridade! Que tipo de comandante o senhor é, que não “abraça” o que os seus comandados fazem por ordem sua?
 
E os estudantes, grupo base das manifestações por todo o Brasil? Se a juventude é o futuro do Brasil, esses jovens são o melhor futuro que podemos esperar, pois são os que ainda vão às ruas por se importarem com o presente do país, com a situação de seu povo, que lutam por seus direitos sócio-econômicos. Ou o nosso futuro está nos jovens narcotizados pelo futebol, pelo carnaval e pelas baladas, num hedonismo sem fim ou limites regado à bebida alcoólica, de consumo estimulado em comerciais televisivos de forte apelo erótico?
 
Alguns manifestantes cometeram excessos? Sim. Mas quem mandou a tropa de choque da PM ir pra lá constranger o movimento, como se fossem bandidos arruaceiros? Quem constrangeu previamente a manifestação? Esse é um assunto com muitas variáveis, com muito a ser dito sobre ele. Terça-feira que vem volto a ele a partir desse ponto.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 16/06/2013
Alterado em 16/06/2013
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