João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Meu Diário
25/10/2017 16h29
Uma perda, uma tragédia

É sempre uma sensação de impotência lidar com a morte, mas a gente vai se acostumando com isso com o passar dos anos nessa vida. A gente pensa que vai se acostumando, na verdade.

Ontem faleceu e hoje está sendo enterrado um colega de serviço, um cara novo, 30 e poucos  anos, o Scott Hood. O seu primeiro nome era Marcos, mas eu preferia chamá-lo pelos sobrenomes, era sonoro e diferente. Teve um acidente de carro, saiu andando, foi para o hospital e depois pra casa. Uns dias e começou a se sentir mal, voltou para o hospital, de onde não saiu, vitimado por uma infecção generalizada.

Na madrugada de ontem eu tive um sonho ruim, não com ele, mas com os colegas do setor dele e eu acordei de sobressalto às 04 da manhã. Pensei nele e tive uma sensação ruim. Afastei o pensamento. Por volta das 09 horas, liguei para uma colega pra saber notícias e ela falou que ele morrera há pouco. Que merda, que bosta isso, eu tinha real esperança de ver o cara entrando lá no serviço de novo, eu não via ele morto em minha mente.

Um cara legal, uma pessoa educada e gentil, novo ainda lá no serviço, uns dois anos. Uma perda para nós, seus colegas, uma tragédia para sua família, pais, irmãos e esposa. Todos os colegas ficaram muito afetados com seu falecimento, principalmente os colegas mais jovens, do último curso, e o pessoal do setor onde ele trabalhava. Os colegas vinham se mobilizando em favor dele, fazendo rifa, pegando dinheiro e depositando na conta da esposa dele, para ajudar com o que precisasse. Era só do que se falava no serviço: da situação do Scott, era uma preocupação constante.

Seguido via ele pela cidade, em eventos, com sua esposa. Recentemente cruzei com ele na saída do Shopping Bourboun Country. Ele entrava no serviço quando eu largava, sempre cruzava com ele, cumprimentava e tal.

A gente pensa que já sabe lidar com a morte dos conhecidos. E, na verdade, não sei se sabemos. O que sei, de verdade, é que a gente sente a perda, lamenta e se sente impotente, contrariado com o fato.

Fica com Deus, Scott Hood. Lamento muito você ter ido tão cedo e dessa forma. Queria ter interagido mais com você, trocado umas ideias. É uma bosta lidar com esse tipo de coisa, com essa impotência.

 

Publicado por João Adolfo Guerreiro
em 25/10/2017 às 16h29